O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), estendeu o prazo do inquérito conduzido pela Polícia Federal (PF) sobre o caso do ex-ministro dos Direitos Humanos, Inquérito Silvio Almeida, que enfrenta acusações de assédio sexual. A decisão permite que a PF avance na coleta de depoimentos, incluindo o de Silvio Almeida, que foi afastado do governo Lula em setembro de 2024, após a divulgação de denúncias de assédio sexual pelo portal *Metrópoles*, confirmadas pela ONG Me Too.
A prorrogação do prazo para o Inquérito Silvio Almeida, viabiliza que a Polícia Federal realize a oitiva do ex-ministro. Esse depoimento é esperado como um dos passos finais antes da elaboração do relatório da PF, que poderá ou não indiciar Silvio Almeida. As denúncias de assédio incluem acusações feitas pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Em uma entrevista ao *Fantástico*, Anielle Franco compartilhou as razões pelas quais não tornou o caso público imediatamente, expressando o quanto relembrar o episódio a fazia sentir “culpada, insegura e vulnerável”. Após a divulgação das denúncias em 5 de setembro de 2024, Silvio Almeida negou as acusações, classificando-as como “mentiras e falsidades”.
Além da investigação da Polícia Federal, o Inquérito Silvio Almeida também enfrenta processos na Comissão de Ética da Presidência (CEP), que iniciou uma investigação logo após a divulgação das denúncias. Em outubro, duas novas denúncias foram protocoladas na comissão, tendo o ex-ministro como alvo, mas o governo informou que nenhuma delas está relacionada com as denúncias da ONG por assédio sexual. Um dos pedidos de investigação foi arquivado no mês seguinte.
No dia 15, Silvio Almeida anunciou a retomada de suas atividades no mercado editorial e em seu canal do YouTube, afirmando ser vítima de uma tentativa de apagamento e de racismo, e acusou a ONG Me Too de pressionar o governo federal para prejudicá-lo.
Com a prorrogação do Inquérito Silvio Almeida, a expectativa é que a Polícia Federal avance na coleta de evidências e depoimentos, buscando esclarecer os fatos e determinar se há indícios suficientes para o indiciamento do ex-ministro. A conclusão do inquérito e suas consequências ainda são incertas, mas o caso segue sob análise das autoridades competentes.