Após um trimestre abaixo do esperado, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) enfrentam um período de incertezas. O lucro ficou em R$ 7 bilhões, valor inferior aos R$ 9 bilhões esperados, impactando a rentabilidade, que caiu para 16%. Essa situação levou o banco a suspender suas projeções, gerando preocupação entre os investidores.
Analistas de diversas casas financeiras, como Bradesco BBI, Genial Investimentos, BTG Pactual, Santander e XP, revisaram suas recomendações para as ações do banco, passando de “compra” para “neutra”. O Itaú BBA já havia adotado uma postura mais conservadora, cortando o preço-alvo e estimando um ROE de apenas 12%.
Essa mudança de perspectiva também se reflete nas carteiras recomendadas. Em maio, o Banco do Brasil figurava em seis carteiras de bancos e corretoras, mas esse número diminuiu para apenas duas em junho. O Santander, por exemplo, retirou as ações do BB de sua carteira de dividendos, justificando a decisão com os resultados fracos e abaixo das expectativas.
A XP Investimentos também reduziu sua recomendação para “neutro”, diminuindo o preço-alvo das ações de R$ 41 para R$ 32. As estimativas de lucro líquido para 2025 e 2026 foram revisadas para baixo em 29% e 28%, respectivamente, devido à queda na margem financeira líquida e ao aumento do custo de crédito.
Apesar do cenário desafiador, as ações do Banco do Brasil ainda são consideradas uma opção interessante para dividendos por algumas instituições, como o Safra. O banco destaca que a estrutura de funding favorável do BB e o aumento das taxas de juros podem beneficiar a margem dos depósitos. O Safra estima um dividend yield de 11,3% para o Banco do Brasil.
Para Régis Chinchila, da Terra Investimentos, o mercado pode ter reagido de forma exagerada. Ele acredita que o movimento recente nas ações reflete mais um ajuste de percepção do que uma deterioração dos fundamentos. Chinchila ressalta que o aumento da inadimplência no crédito rural está sendo monitorado e não compromete a saúde financeira do banco.
A Terra Investimentos mantém a recomendação de manutenção das posições em BBAS3, com um preço-alvo de R$ 32,00 para os próximos 12 meses, o que representa um potencial de alta de 46%. A empresa continua acompanhando os indicadores de inadimplência e eficiência operacional, e vê espaço para uma reprecificação positiva à medida que os dados confirmem a resiliência do banco.
Via Money Times