Selic em 14,75% ou 15%: Divergências entre gestores ante reunião do Copom

Gestores divergem sobre a Selic. Entenda as previsões para a reunião do Copom.
17/06/2025 às 14:33 | Atualizado há 3 meses
Reunião do Copom
Gestores divergem sobre a Selic, mas acreditam na bolsa e na queda do dólar. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A próxima Reunião do Copom está gerando expectativas no mercado financeiro. O Comitê de Política Monetária se reunirá para definir o novo patamar dos juros no Brasil, mas a pesquisa da XP Investimentos revela uma divisão entre os analistas. Metade aposta em um aumento de 0,25 ponto percentual, elevando a taxa para 15%, enquanto a outra metade prevê a manutenção dos juros atuais em 14,75%.

Essa mesma pesquisa também sinaliza uma mudança nas projeções para os juros no final de 2025. Apesar da incerteza sobre a decisão imediata, a média das expectativas dos gestores para o final do ano está em 14,83%, um leve aumento em relação à projeção de 14,77% do relatório anterior, divulgado em maio. O cenário econômico permanece sob análise atenta, com diversos fatores influenciando as decisões de investimento.

As projeções para a inflação também foram consideradas, com uma expectativa de 5,35%, ligeiramente abaixo da estimativa de mercado de 5,44% apontada pelo relatório Focus. Essa diferença reflete, segundo os gestores, uma menor pressão cambial sobre os preços. Paralelamente, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) é de um crescimento de 2,38% para o ano, representando uma revisão para cima em comparação com a projeção anterior de 2,11%.

O mercado de juros tem demonstrado um aumento na posição neutra por parte dos gestores, tanto em juros nominais (com um aumento de 12 pontos percentuais) quanto em juros reais (com um aumento de 24 pontos percentuais). Esse movimento sugere que os gestores vislumbram a possibilidade de o ciclo de alta de juros no Brasil estar próximo do fim.

A tese de um “dólar forte” parece estar perdendo força, com uma queda nas posições compradas, que diminuíram de 70% em janeiro para apenas 5% em junho. Em contrapartida, as posições vendidas avançaram significativamente, saltando de 13% para 95% no mesmo período. Essa mudança tática nas carteiras indica uma crescente aposta na desdolarização no curto prazo.

Os gestores também estão atentos ao cenário global, reduzindo sua visão negativa em relação à economia mundial. A percepção negativa caiu de 68% em maio para 41% atualmente, enquanto a visão neutra aumentou para 44% e a positiva subiu para 15%. O alívio das tensões comerciais tem sido um fator importante nessa mudança de perspectiva, embora a cautela ainda prevaleça.

No mercado de ações, os gestores se mantêm majoritariamente neutros (52%) em relação aos Estados Unidos, embora um otimismo marginal esteja surgindo, com um aumento nas posições compradas de 23% para 37%. No restante do mundo, a postura neutra também aumentou, com 85% dos gestores adotando uma abordagem mais cautelosa. No Brasil, observa-se um leve aumento na posição comprada, passando de 42% para 44%.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.