Desafios das empresas brasileiras frente à nova geração

Entenda por que muitas empresas brasileiras têm dificuldade em acompanhar as demandas da nova geração de consumidores.
17/06/2025 às 18:21 | Atualizado há 3 meses
Geração Z no trabalho
Desafios das empresas brasileiras para atender a nova geração de consumidores. (Imagem/Reprodução: Exame)

A dinâmica do mercado de trabalho brasileiro tem se transformado, com novas gerações trazendo prioridades e expectativas distintas. Um dos maiores desafios atuais é a integração da Geração Z no trabalho, nascida entre 1997 e 2010, em empresas que ainda operam com modelos de gestão tradicionais. Essa nova força de trabalho busca mais do que um bom salário, valorizando o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e um senso de propósito em suas atividades.

A pesquisa “Global Gen Z and Millennial Survey” da Deloitte destaca que o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é crucial para a Geração Z no trabalho ao escolher um empregador. Além disso, o estudo aponta que quase metade dessa geração se sente estressada ou ansiosa no ambiente de trabalho, o que reforça a necessidade de um olhar mais atento às suas necessidades e expectativas.

A importância do propósito para a Geração Z no trabalho não é apenas uma questão de preferência, mas sim um fator determinante para sua satisfação e bem-estar. Jovens buscam carreiras que ofereçam significado e que estejam alinhadas com seus valores pessoais. No entanto, muitas empresas brasileiras ainda mantêm estruturas rígidas, o que dificulta a atração e a retenção desses talentos.

Essa dificuldade se reflete nas altas taxas de turnover, que indicam a frequência com que os funcionários deixam seus empregos. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) mostram que o Brasil possui uma das maiores taxas de turnover do mundo. Além dos custos financeiros diretos da substituição de funcionários, o baixo engajamento também impacta a produtividade, representando perdas significativas para as empresas.

A resistência das empresas em se adaptar às novas demandas da Geração Z no trabalho pode estar enraizada em modelos de gestão que valorizam o controle e a previsibilidade. Diretores e gestores que construíram suas carreiras com base na presença física e na supervisão direta podem encontrar dificuldades em adotar uma abordagem baseada na confiança e na autonomia.

O modelo híbrido de trabalho, já adotado por muitas empresas, é um exemplo de mudança estrutural que nem sempre é acompanhada pela evolução da mentalidade de gestão. Para integrar a Geração Z no trabalho, é essencial rever métricas, recompensas e estar disposto a sair da zona de conforto, enxergando essa nova geração não como um problema, mas como uma oportunidade de transformação.

Adaptar-se às expectativas da Geração Z no trabalho não significa ceder, mas sim evoluir. As empresas que estiverem dispostas a ouvir, adaptar e construir o futuro em conjunto com seus novos talentos estarão mais preparadas para prosperar em um mercado de trabalho em constante mudança. O maior risco para uma empresa hoje não é perder talentos, mas sim perder a relevância.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.