Vivara e suas estratégias para manter margens altas com ouro

Descubra as táticas da Vivara para estocar metal e manter lucro com joias de ouro.
18/06/2025 às 08:18 | Atualizado há 2 meses
Vivara e preço ouro
Vivara inova e triplica lucros, superando desafios do mercado de ouro. (Imagem/Reprodução: Investnews)

No dinâmico mercado de joias, a Vivara e preço ouro enfrentam um cenário desafiador com a valorização do ouro nos últimos anos. Para mitigar os impactos, a empresa adotou estratégias como reforçar suas reservas de ouro e promover a linha Life, com joias de prata mais acessíveis, equilibrando custos e mantendo a competitividade.

Para uma empresa de joias, a matéria-prima representa uma parcela significativa do faturamento, impactando diretamente os resultados. A Vivara, atenta a essa dinâmica, implementou ações para otimizar a gestão de custos e garantir a rentabilidade.

Em 2024, o preço médio do ouro foi de R$ 415 o grama, saltando para R$ 600. Com um estoque estratégico, a Vivara conseguiu economizar 30% na compra de ouro, blindando-se das altas.

Entre janeiro e março, a empresa reduziu pela metade os gastos com a reposição de metais nobres. Em fevereiro de 2025, o ouro já custava R$ 530, um aumento considerável em relação ao preço médio de 2024.

A capacidade de gerir custos garante a rentabilidade da Vivara, mesmo com a alta do preço do ouro, afirma Caroline Sanchez, analista da Levante. O modelo verticalizado da empresa e o controle da cadeia de estoques são diferenciais importantes.

A Vivara iniciou 2025 com mais de um ano de produtos acabados em estoque, evitando compras em um cenário de preços desfavoráveis, complementa a analista. Essa estratégia permite repassar a alta nos preços de forma gradual, controlando as margens.

A Life, rede de lojas da Vivara com peças mais acessíveis em prata, é outra estratégia da empresa. Embora a prata também tenha subido de preço, seu custo é significativamente menor que o do ouro.

Peças colecionáveis e ações promocionais são características da Life, diferente das lojas Vivara, onde as ações de atração são pontuais, em datas especiais. No primeiro trimestre de 2025, a empresa registrou um lucro líquido de R$ 115 milhões, um crescimento de 221% em comparação com o mesmo período de 2024. A margem líquida subiu de 7,6% para 21%.

Além do estoque de ouro, a Vivara redistribui produtos encalhados entre as lojas e derrete joias com baixa saída para reutilizar a matéria-prima. Essa iniciativa, intensificada a partir de 2024, ajuda a preservar o estoque de minério nobre da empresa, explica Vinicius Strano, analista do UBS.

Cerca de 8% do estoque total de joias vai para o forno de fusão, onde o ouro é derretido e transformado em novas peças com maior potencial de venda. Essa é uma forma inteligente de armazenar metais raros, comenta João Daronco, analista da Suno Research. Lançamentos constantes ajudam a repassar as altas nos preços do ouro para os clientes.

A Vivara também ampliou o espectro de preços, com joias que variam de R$ 200 na Life a R$ 50 mil nas lojas Vivara. A coleção Duo, que mescla prata e ouro, e as joias com diamantes sintéticos são outras apostas para atingir um público mais amplo.

A maioria das 55 novas lojas previstas para o ano serão da Life, que já representa 195 das 460 lojas da empresa no país. A receita líquida anual da Vivara dobrou nos últimos seis anos, passando de R$ 1,17 bilhão em 2019 para R$ 2,58 bilhões em 2024.

Apesar do crescimento, o preço da ação VIVA3 subiu apenas 5% desde o IPO em 2019, abaixo da inflação de 40% no período. Um estudo da consultoria Mordor Intelligence prevê um crescimento de 8,3% para as joalherias no Brasil, mercado liderado pela Vivara, seguida por H.Stern e Pandora.

Via InvestNews

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.