Estudo revela segredos dos crânios decapitados da Espanha na Idade do Ferro

Crânios decapitados da Espanha: estudo revela segredos macabros da Idade do Ferro. Troféus de guerra ou rituais? Descubra essa história!
18/02/2025 às 20:05 | Atualizado há 4 meses
Crânios decapitados da Espanha
Crânios decapitados da Espanha

Na Idade do Ferro, uma prática intrigante e macabra era comum na região onde hoje se encontra a Espanha: a decapitação e exibição de crânios. Recentemente, um estudo publicado no _Journal of Archaeological Science_ lançou luz sobre esse mistério. Ao examinar sete crânios descobertos nos assentamentos de Puig Castellar, perto de Barcelona, e Ullastret, próximo a Girona, a pesquisa sugere que alguns desses restos mortais eram, na verdade, “troféus de guerra”.

A análise revelou que esses crânios estavam em áreas de grande visibilidade pública, indicando uma exibição intencional. Além disso, a origem de alguns dos indivíduos decapitados era externa àquelas comunidades. Essa descoberta levanta questões sobre a dinâmica social e os rituais da época.

Exames bioarqueológicos e comparações isotópicas entre plantas e animais foram cruciais para determinar a origem geográfica de cada um. Os cientistas concluíram que, pelo menos, três dos “forasteiros” eram prisioneiros. Todos os crânios analisados pertenciam a homens que exibiam diferenças sociais e culturais em relação aos moradores locais.

Acredita-se que a prática de decapitação servia como uma demonstração de poder e uma forma de intimidar os inimigos. Essa teoria se sustenta no fato de que os crânios eram exibidos em locais públicos, reforçando a mensagem de dominação e controle territorial.

No entanto, a história não termina aí. Em Ullastret, dos três crânios decapitados da Espanha, dois pertenciam a moradores locais, descobertos em antigas estruturas domésticas ou habitações. A análise desses restos mortais sugere que esses indivíduos tinham algum tipo de influência na comunidade, possivelmente sendo pessoas veneradas pela população.

A exposição de seus restos mortais pode ter sido uma forma de celebrar a importância deles. Acredita-se que fariam parte de grupos familiares ou facções rivais disputando o poder na região. O terceiro crânio encontrado nesta parte da Espanha era de um estrangeiro e foi achado dentro de uma urna funerária. É provável que ele também tenha sido exibido como um troféu para afugentar os inimigos, da mesma forma que acontecia em Puig Castellar, como explicaram os autores.

Esses achados oferecem uma visão da complexa teia de relações sociais e políticas que existiam na Idade do Ferro na Espanha. A decapitação, portanto, não era um ato isolado e desprovido de significado, mas sim um ritual carregado de simbolismo e poder.

Além disso, a pesquisa destaca a importância de combinar diferentes métodos de análise para obter uma compreensão mais profunda do passado. Exames bioarqueológicos e comparações isotópicas, combinados com a análise do contexto arqueológico, permitiram aos cientistas reconstruir uma narrativa convincente sobre a prática da decapitação na Espanha durante a Idade do Ferro.

A compreensão das motivações por trás da decapitação e exibição de crânios na Espanha durante a Idade do Ferro nos permite refletir sobre as complexas relações sociais e culturais da época.

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.