Após o feriado, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic a 15% na última quarta-feira (18), impactando negativamente o mercado. Analistas já debatem as possíveis consequências da decisão do Banco Central (BC) sobre a taxa básica de juros no Brasil. O programa “Giro do Mercado” do Money Times recebeu Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, para detalhar o cenário.
Spiess destacou que a alta de 0,25 ponto percentual (p.p) da Selic, embora não totalmente inesperada, reflete uma inflação ainda elevada e um cenário econômico global incerto. A inflação, mesmo mostrando sinais de melhora, permanece acima do teto da meta estabelecida, justificando a ação do BC.
A situação econômica dos Estados Unidos também exerce pressão, com o Federal Reserve (Fed) optando por manter suas taxas de juros estáveis, entre 4,25% e 4,5%. Essa decisão do Fed adiciona um elemento de cautela ao cenário brasileiro, influenciando as decisões do Copom.
O analista também apontou que as recentes medidas do Governo Federal, focadas na liberação de crédito, contribuíram para impulsionar a atividade econômica, o que acabou indo na direção oposta dos esforços do Banco Central para controlar a inflação.
Spiess ressaltou a importância de observar o comunicado do BC, que sinaliza a manutenção dos juros elevados por um período prolongado. As projeções mais conservadoras indicam que a taxa Selic a 15% deve se manter por cerca de seis reuniões, enquanto outros analistas preveem essa estabilidade por no mínimo seis meses.
Caso a atividade econômica mostre sinais de desaceleração e a inflação nos Estados Unidos apresente um comportamento mais favorável, com o Fed retomando a redução de juros no final do terceiro trimestre, o BC poderia considerar um corte na taxa Selic na última reunião do ano.
No primeiro dia de negociação após a decisão do BC, o Ibovespa (IBOV) registrou queda. Por volta das 13h20, o principal índice da bolsa brasileira apresentava um recuo de 1%. A Cosan (CSAN3) liderou as perdas, com uma queda de 6,5% após o corte do preço-alvo pelo Citi. Ações cíclicas, como Magazine Luiza (MGLU3), também foram impactadas negativamente pela alta dos juros.
Em contrapartida, a PetroReconcavo (RECV3) se destacou entre as altas, com um aumento de mais de 1,8% após a retomada das operações de campo na Bahia. Para acompanhar a análise completa do “Giro do Mercado”, o Money Times disponibiliza o conteúdo integral em seu canal no YouTube.
Via Money Times