Juros futuros têm queda nas taxas curtas e alta nas longas

Após a reunião do Copom, juros futuros curtos diminuem enquanto longos aumentam, refletindo ajustes no cenário econômico.
20/06/2025 às 18:02 | Atualizado há 1 semana
Selic a 15%
Alta nas taxas de DIs curtos e queda nos vencimentos após Selic a 15% ao ano. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

Após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a taxa Selic a 15% ao ano, o mercado financeiro reagiu com ajustes nas taxas de juros futuros (DIs). A primeira sessão de negociações após o anúncio foi marcada por um aumento nas taxas dos contratos de curto prazo e uma leve queda nos vencimentos mais longos. Investidores recalibraram suas posições, refletindo a nova postura do Banco Central (BC) no controle da inflação.

Os contratos de DI com vencimento em julho de 2025 foram os mais negociados, registrando um aumento de 11 pontos-base, atingindo 14,901%. Essa alta reflete o fechamento de posições de investidores que apostavam na manutenção da Selic em 14,75%, gerando perdas para esses agentes. Além disso, houve um ajuste nas taxas dos contratos com vencimento até janeiro de 2026, indicando que a expectativa é de que a Selic se mantenha em 15,00% até o próximo ano.

A decisão do Copom de elevar a Selic surpreendeu parte do mercado, já que, antes do anúncio, as opções negociadas na B3 indicavam uma probabilidade de 61,50% de alta de 25 pontos-base. No entanto, 38,00% dos agentes estavam posicionados para a manutenção da taxa. O BC também sinalizou que deverá manter a Selic em 15,00% na próxima reunião, em julho, para avaliar os impactos do ajuste, mas não descartou a possibilidade de novas altas, caso seja necessário.

Essa postura mais hawk do BC impactou a curva de juros, com a percepção de que o ciclo de cortes na Selic deverá ter início somente em 2026, possivelmente no final do primeiro trimestre ou início do segundo. Nos contratos de longo prazo, a partir de janeiro de 2028, houve uma queda nos prêmios de risco, refletindo a confiança de que o BC está comprometido em controlar a inflação. A taxa para janeiro de 2031 atingiu 13,53%, enquanto o contrato para janeiro de 2033 ficou em 13,61%.

O cenário externo também contribuiu para o recuo das taxas longas no Brasil, com a queda dos rendimentos dos Treasuries após a Casa Branca anunciar que a decisão sobre a intervenção dos EUA no conflito entre Israel e Irã seria adiada. Às 16h38, o rendimento do Treasury de dez anos caía 2 pontos-base, atingindo 4,379%.

Via Money Times

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.