Fed sinaliza possibilidade de cortes de juros nos EUA

Diretor do Fed afirma que EUA podem reduzir juros em julho, revelando um cenário que pode impactar economia global.
21/06/2025 às 16:33 | Atualizado há 1 mês
Cortar juros em julho
Aja agora para se proteger dos riscos do mercado de trabalho. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

Com base nos dados econômicos recentes, Christopher Waller, diretor do Federal Reserve (Fed), sinalizou que os Estados Unidos podem considerar cortar juros em julho. Essa decisão visa mitigar as preocupações com o aumento dos preços devido às tarifas, ao mesmo tempo em que observa os sinais de alerta no mercado de trabalho. Em uma entrevista à CNBC, Waller enfatizou que os formuladores de políticas devem se concentrar na tendência da inflação, que tem se mostrado favorável.

Waller mencionou que a inflação, a taxa de desemprego e o crescimento do PIB estão quase alinhados com as metas de longo prazo do Fed. No entanto, as taxas de juros permanecem entre 1,25% e 1,50% acima da taxa neutra. Ele sugeriu que os cortes de juros podem ser implementados de forma gradual, com a possibilidade de pausar conforme necessário, oferecendo flexibilidade para ajustar a política monetária.

Apesar do otimismo do Fed, Waller alertou que o mercado de trabalho está estável, mas não tão robusto quanto em 2022. Ele observou que a taxa de desemprego entre os graduados universitários atingiu um pico de 25 anos, e a criação de empregos está desacelerando. Waller, cotado para substituir Jerome Powell como presidente do Fed em 2026, enfatizou a importância de agir rapidamente diante de um possível enfraquecimento do mercado de trabalho.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) manteve a taxa básica de juros na faixa de 4,25% a 4,5%. Essa decisão gerou críticas do ex-presidente Donald Trump, que defende uma taxa 2,5 pontos percentuais abaixo do nível atual. Trump expressou sua insatisfação na Truth Social, chamando Powell de “completo e total idiota”.

Indicadores recentes mostram sinais de fraqueza no mercado de trabalho. A média móvel de quatro semanas de pedidos iniciais de auxílio-desemprego atingiu o nível mais alto desde agosto de 2023. O relatório da Challenger indicou um aumento de 47% nas demissões em maio, principalmente nos setores de serviços, varejo e tecnologia. Uma pesquisa do Federal Reserve da Filadélfia revelou uma queda no emprego em junho, atingindo o nível mais baixo desde maio de 2020.

O relatório de empregos de maio da Federação Nacional de Empresas Independentes (NFIB) apontou que 34% dos pequenos empresários relataram dificuldades em preencher vagas. Economistas divergem sobre como o Fed deve conduzir a economia, especialmente diante da incerteza e dos dados que sugerem um enfraquecimento do mercado de trabalho, com a maioria não esperando um cortar juros em julho.

Samuel Tombs e Oliver Allen da Pantheon Macroeconomics preveem um aumento na taxa de desemprego, superando as projeções do FOMC. Gregory Daco, economista-chefe da EY-Parthenon, espera que os efeitos das tarifas mais altas se manifestem nos próximos meses, alimentando a inflação e enfraquecendo o mercado de trabalho. Daco projeta um crescimento quase estagnado do PIB até o quarto trimestre, com expansão anual de apenas 0,8%.

Michael Pearce da Oxford Economics acredita que os recentes números de auxílio-desemprego indicam um enfraquecimento gradual no mercado de trabalho. John Leer, economista-chefe da Morning Consult, observa que as empresas estão relutantes em demitir trabalhadores, mantendo-os na folha de pagamento devido ao potencial de lucro.

Leer acredita que os efeitos das tarifas sobre o mercado de trabalho podem levar até dois anos para serem sentidos pelas pequenas empresas. Ele prevê um aumento gradual e contínuo dos preços à medida que as empresas esgotam seus estoques excedentes e dependem mais das importações.

Via InfoMoney

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