A China e seu impacto cada vez menor em Wall Street

Entenda como a diminuição da importância da China impacta os mercados financeiros.
23/06/2025 às 13:34 | Atualizado há 6 dias
Wall Street com a China
Wall Street e China: uma relação em esfriamento constante. (Imagem/Reprodução: Braziljournal)

A relação de Wall Street com a China tem demonstrado um esfriamento notável, conforme destacado em uma reportagem do *The Wall Street Journal*. A análise revela que um número significativo de empresas chinesas optou por deixar as bolsas de valores americanas desde 2019, marcando uma mudança no panorama financeiro global. Essa tendência levanta questões importantes sobre o futuro das relações econômicas entre os Estados Unidos e a China.

Desde 2019, mais de 80 empresas chinesas retiraram suas ações das bolsas americanas. Atualmente, as 275 empresas chinesas remanescentes na NYSE e na Nasdaq representam menos de 2% do valor de mercado total dessas bolsas. Essa diminuição na presença chinesa reflete uma mudança no interesse ou na viabilidade de manter ações listadas em mercados financeiros dos EUA.

O *Wall Street Journal* também observou que, embora as ofertas públicas iniciais (*IPOs*) de empresas chinesas tenham continuado, alcançando um recorde no ano anterior, essas novas listagens são de empresas menores e altamente especulativas. Diferentemente das *red chips* de anos anteriores, essas empresas captam, em média, apenas US$ 7 milhões por oferta, um valor consideravelmente baixo.

Algumas dessas empresas enfrentam dificuldades para manter o mínimo de 300 acionistas exigido pela bolsa de valores, um sinal de alerta para investidores, indicando que podem ser investimentos de alto risco ou até mesmo golpes. A última listagem chinesa na NYSE ocorreu em maio de 2024, quando a montadora de veículos elétricos Zeekr levantou US$ 441 milhões em seu *IPO*.

Pela primeira vez desde 1990, nenhuma empresa estatal chinesa está listada em uma bolsa americana. A China Mobile, por exemplo, foi forçada a se deslistar em 2021 devido a sanções impostas pelas autoridades americanas por questões de segurança nacional. A PetroChina também optou por deixar a NYSE em 2022.

Atualmente, a maior empresa chinesa listada nos EUA é o Alibaba, responsável por 30% de toda a capitalização “chinesa” nas bolsas americanas. Essa concentração em uma única empresa destaca a diminuição da diversidade e do número de empresas chinesas significativas nos mercados financeiros dos EUA.

Questões geopolíticas desempenham um papel importante nessa movimentação. Políticos americanos têm criticado os laços de Wall Street com a China, e o governo intensificou a retórica e as ações contra o país asiático. Essas tensões políticas e econômicas têm contribuído para o afastamento das empresas chinesas do mercado americano.

O deputado republicano John Moolenaar pressionou o presidente da SEC a limitar a presença de empresas ligadas ao Partido Comunista Chinês no mercado americano. Ele argumenta que muitas dessas empresas enfrentam restrições do governo americano, mantêm mecanismos de controle do partido e apoiam aplicações militares chinesas ou estão ligadas a trabalho escravo.

Em maio, o presidente da SEC também recebeu uma carta de tesoureiros e diretores financeiros de 23 estados americanos solicitando a retirada das ações chinesas das bolsas americanas. Além disso, há um projeto de lei em tramitação em várias assembleias estaduais que obrigaria os fundos de pensão americanos a desinvestir de ações chinesas.

Via Brazil Journal

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.