A Yinson Production, destaque global no setor de FPSOs, acaba de assegurar US$ 1,168 bilhão por meio de um Project bond de FPSOs. O montante será destinado ao Maria Quitéria, navio-plataforma alugado à Petrobras no prolífico Campo de Jubarte desde outubro, evidenciando a relevância do Brasil no mercado de FPSOs.
Essa emissão marca a quarta vez que um FPSO recorre ao mercado internacional de *bonds*, todas com origem no Brasil, que responde por aproximadamente metade do mercado global de FPSOs. O feito da Yinson Production não apenas se destaca como a maior emissão já registrada, mas também como a mais vantajosa em termos de custo.
A captação anterior da Yinson, ocorrida em junho do ano passado, alcançou US$ 1 bilhão. Antes disso, a SBM levantou US$ 850 milhões em 2021, e a japonesa Modec, US$ 1,1 bilhão em 2019. O *roadshow* da transação, coordenado por Citi e JP Morgan, envolveu mais de 100 investidores, demonstrando o elevado interesse do mercado.
A demanda ultrapassou 4 vezes o volume ofertado, com ordens provenientes de investidores dos Estados Unidos, Londres e Ásia. Inicialmente, a taxa de retorno (*yield*) projetada era de cerca de 9%, mas a forte demanda permitiu reduzir essa taxa para 8,5%, representando 420 pontos-base sobre o *Treasury* de 10 anos.
Com vencimento em 2045 e vida média de 12 anos, este é o *bond* de maior prazo já emitido por um FPSO. A estrutura de *project finance* e o valor do campo e do navio justificariam um *rating* BBB, porém, a classificação foi limitada pelo *rating* da Petrobras, que não possui grau de investimento.
A Petrobras detém *rating* BB pela Fitch, o que resultou em uma classificação BB+ para o *bond* do Maria Quitéria. A Yinson opera outros dois FPSOs no Brasil, um deles também alugado para a Petrobras e o terceiro, Atlanta, para a Brava.
A empresa de Singapura adquiriu o Maria Quitéria em meados do ano passado por US$ 1,35 bilhão, financiando US$ 950 milhões com bancos e pagando US$ 400 milhões com recursos próprios. A captação atual permitirá quitar essa dívida, alongando o prazo e mantendo parte dos recursos em caixa.
Este movimento demonstra a solidez da demanda por óleo e gás, bem como a confiança no risco Petrobras. Além disso, consolida os FPSOs como uma classe de ativos relevante no mercado de dívida.
Via Brazil Journal