No dinâmico setor de e-commerce brasileiro, a velocidade de entrega tem se tornado um ponto crucial para a fidelização dos clientes. Nesse contexto, a Amazon planeja expandir suas operações logísticas no Brasil, com foco no programa FBA Amazon Brasil, que será implementado em novos centros de distribuição até o final de 2025. As novas instalações estarão localizadas em Minas Gerais, no Distrito Federal, no Rio de Janeiro, em Pernambuco e no Ceará. Com essa iniciativa, a Amazon busca facilitar a gestão logística para vendedores, permitindo que eles deleguem armazenamento, entrega e atendimento ao cliente à empresa.
Julia Salles, diretora do FBA da Amazon no Brasil, destacou que a expansão é uma medida para aproximar os centros de distribuição dos vendedores, o que resulta em redução nos custos de envio e a possibilidade de utilização de CNPJs regionais, ao invés de exigir que esses vendedores abram empresas em estados distantes, como São Paulo ou Rio Grande do Sul. De acordo com Salles, essa mudança tornará a adesão ao programa mais viável e permitirá que os vendedores aproveitem incentivos fiscais regionais, especialmente em estados que oferecem benefícios para o comércio eletrônico.
A necessidade de maior velocidade nas entregas também é ressaltada pela diretora, que afirma que a ampliação do FBA Amazon Brasil para outras regiões, como Nordeste e Centro-Oeste, não só diminuirá o tempo de entrega, como também reduzirá a dependência do transporte aéreo, mitigando custos e impactos ambientais. Por exemplo, produtos armazenados em centros de distribuição em Recife poderão chegar mais rapidamente aos consumidores na região.
Desde sua introdução em 2020, o programa já operava no centro de distribuição em São Paulo, onde a Amazon concentra uma grande quantidade de vendedores, cerca de 38 mil. A expansão gradual levou em conta a adaptação às legislações estaduais, visto que a Amazon está comprometida em emitir notas fiscais conforme as normas de cada unidade federativa.
Em termos de crescimento, a Amazon Brasil registrou no primeiro trimestre de 2025 um lucro líquido de US$ 17,1 bilhões, com um incremento de 64% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com mais de 100 mil vendedores parceiros e 150 milhões de produtos disponíveis, a empresa ainda conta com 12 centros de distribuição e mais de 150 polos logísticos no país.
Adicionalmente, a Amazon planeja reduzir as tarifas de serviços logísticos no Brasil em 1º de agosto de 2025, com cortes que chegam a até 89% para produtos abaixo de R$ 79,00. Essa redução visa facilitar operações para os vendedores e oferecer preços mais competitivos aos consumidores, uma movimentação necessária considerando a concorrência crescente de plataformas como Mercado Livre e Shopee.
De acordo com Julia Salles, a estratégia de redução das tarifas tem o objetivo de equilibrar os custos operacionais dos vendedores e, assim, permitir margens mais saudáveis. O aumento no volume de vendas, por sua vez, pode contribuir para a expansão do negócio dos vendedores e beneficiar o consumidor final com preços mais acessíveis em um cenário de e-commerce desafiador.
Via Exame