O Rio Grande do Sul enfrenta novamente a dura realidade das fortes chuvas, um pouco mais de um ano após a maior catástrofe climática de sua história. A Defesa Civil emitiu um alerta de possíveis cheias dos rios, com níveis de água preocupantemente altos. Enchentes no Rio Grande do Sul e eventos climáticos extremos são o “novo normal”, mas a adaptação climática ainda não é prioridade para os governos.
Léo Farah, CEO da ONG Humus, destaca que as cidades só agem após a ocorrência de desastres. Segundo o especialista, as soluções para tornar as cidades mais resilientes já existem e podem ser replicadas.
Para lidar com as **enchentes no Rio Grande do Sul**, é crucial implementar medidas de desassoreamento dos rios, replantio de vegetação nas margens e construção de bombas de drenagem. Além disso, obras em encostas e planejamento urbano com realocação de famílias em áreas de risco são essenciais.
A falta de vontade política é o maior desafio para a implementação dessas ações. As defesas civis municipais enfrentam fragilidade, com poucos funcionários e descontinuidade devido a mudanças políticas. Desde setembro de 2023, a Humus atua no Rio Grande do Sul, capacitando defesas civis e alertando sobre os riscos climáticos.
Cidades que receberam treinamento da Humus não registraram mortes nas recentes enchentes, demonstrando a importância da preparação. O CEO da Humus, Léo Farah, inspira-se em modelos de prevenção japoneses para construir um centro nacional de treinamento em desastres no Brasil, buscando investimentos de 20 milhões de reais.
A população tem um papel crucial no enfrentamento de desastres, sendo responsável por 50 a 70% dos resgates. Os programas da Humus visam capacitar a população, atuando em áreas como educação climática, consultoria técnica para defesas civis e treinamento em sobrevivência e primeiros socorros.
A Humus, que une as palavras “humanitária” e “nós”, atua em cinco programas principais para enfrentar os desafios impostos pelas **enchentes no Rio Grande do Sul** e outros desastres climáticos no Brasil. Entre eles estão o “Heróis do Futuro”, que leva educação sobre mudanças climáticas às escolas, e o “Defesa Alerta”, que oferece consultoria técnica às defesas civis.
Outros programas incluem o “Agente Capaz”, que ensina técnicas de sobrevivência e organização de documentos para acesso a créditos emergenciais, e o “Primeiros Cuidados Psicológicos”, que forma socorristas e oferece apoio a vítimas de estresse pós-traumático. A estratégia da Humus integra prevenção, resposta e recuperação, capacitando as comunidades a se protegerem ativamente.
A iniciativa de criar um centro nacional de treinamento em desastres reflete a urgência de investir em prevenção. Estudos mostram que cada dólar investido em adaptação pode economizar de 10 a 15 dólares na resposta a desastres, um argumento crucial diante das perdas bilionárias causadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul em 2024.
Via Exame