A disputa pela liderança em energia elétrica está cada vez mais acirrada, com países em desenvolvimento da Ásia superando os Estados Unidos. Essa tendência pode ser intensificada por decisões políticas que visam a taxação de parques solares e eólicos, impactando o crescimento da participação de eletricidade na matriz energética americana. Um estudo recente aponta que Vietnã e Bangladesh avançam mais rapidamente nesse quesito.
Desde o início do século 21, a China conseguiu quase dobrar a participação de eletricidade na sua matriz energética, alcançando cerca de um quarto do total. Enquanto isso, os EUA e a Europa mostram um ritmo de crescimento estagnado. Segundo Daan Walter, pesquisador da Ember, a eletrificação é essencial para o desenvolvimento econômico dos países.
A eletricidade impulsiona a eficiência e a redução de custos operacionais, fomentando setores como o de carros elétricos e bombas de calor. Economias asiáticas já utilizam a eletricidade para atender uma parcela maior de suas necessidades energéticas, comparado a muitas nações desenvolvidas.
Enquanto isso, o Senado dos EUA debate um projeto de lei sobre impostos e gastos, com discussões sobre a redução gradual de subsídios para projetos eólicos e solares. Há também uma emenda em análise que visa eliminar um novo imposto sobre projetos eólicos e solares que utilizam componentes da China e outras “entidades estrangeiras de interesse”.
Elon Musk, CEO da Tesla, alertou em sua rede social X que prejudicar a energia solar e baterias seria um “enorme erro estratégico”, tornando os Estados Unidos vulneráveis e potencialmente destruindo milhões de empregos.
Para muitos países asiáticos, a importação de combustíveis fósseis torna a eletrificação e o uso de energias renováveis uma necessidade econômica. Nos EUA, a crescente demanda por eletricidade, impulsionada por data centers e inteligência artificial, dificulta o fornecimento de energia. A falta de equipamentos, pessoal e obstáculos regulatórios também são fatores que contribuem para essa dificuldade.
Atender à crescente demanda energética pressiona as economias asiáticas a desenvolverem a manufatura de equipamentos essenciais para a rede, como transformadores e cabos. Vietnã e Indonésia se destacam no relatório da Ember, enquanto Índia, Paquistão e Sri Lanka também aumentam a participação de eletricidade na sua matriz energética com energia solar e eólica.
O atraso na eletrificação representa uma oportunidade perdida para os países desenvolvidos, já que as energias renováveis podem baratear a eletricidade e modernizar tecnologias cotidianas, gerando economia para as famílias.
No contexto energético global, a competição pela eletrificação e o uso de fontes renováveis é cada vez maior, impactando diretamente o desenvolvimento econômico e a segurança energética de cada nação.
Via InvestNews
