Otimismo cauteloso: onde investir após a alta do Ibovespa

Analistas indicam cautela e oportunidades de investimento após 15% de alta do Ibovespa; entenda onde aplicar seu dinheiro.
01/07/2025 às 20:17 | Atualizado há 1 semana
Onde investir no
Ibovespa supera desafios do cenário econômico no primeiro semestre de 2025. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

Apesar dos desafios macroeconômicos, o Ibovespa apresentou um desempenho notável no primeiro semestre de 2025, atraindo mais de R$ 20 bilhões em capital estrangeiro e registrando uma valorização de 15,44%. Especialistas do mercado financeiro debatem se este movimento sinaliza uma tendência sustentável ou apenas um breve “voo de galinha”. Durante o evento “Onde Investir 2025 — 2º Semestre”, analistas da Santander Asset Management, Empiricus Research e HIX Capital compartilharam suas perspectivas sobre o futuro da bolsa brasileira.

Larissa Quaresma, da Empiricus Research, pondera que a sustentabilidade do crescimento do Ibovespa é incerta devido aos problemas fiscais estruturais do Brasil, embora reconheça o potencial da bolsa. Ela destaca que o primeiro semestre de 2025 foi marcado por uma redução do risco, impulsionada por fatores globais favoráveis e uma menor interferência de questões locais. A expectativa para o início do ciclo de corte da taxa Selic, previsto para 2026, pode impulsionar ainda mais o desempenho do índice.

Lucas Stella, do Santander, acredita que o bom desempenho da bolsa brasileira está mais ligado ao cenário externo do que ao interno. Ele observa que há uma crescente oportunidade para mercados emergentes, com uma menor concentração de investimentos nos Estados Unidos, e isso cria um ambiente favorável para a diversificação, atraindo recursos para o Brasil.

Gustavo Heilberg, da HIX Capital, complementa que o mercado brasileiro possui uma forte participação de commodities, cujos preços estão em níveis historicamente baixos, o que torna o cenário ainda mais interessante. Ele também destaca a importância de olhar além do Ibovespa e considerar o índice small caps, onde é possível encontrar oportunidades em setores como serviços públicos básicos.

Para o segundo semestre de 2025, Larissa Quaresma recomenda um aumento gradual da exposição a ativos mais sensíveis a juros, embora alerte para a importância de evitar riscos excessivos na execução. Ela destaca a Cosan (CSAN3) como uma das teses mais sensíveis a um corte nos juros, com um potencial de reestruturação considerado viável devido à sua vasta gama de ativos.

Lucas Stella aponta a Copel (CPLE6) como a principal posição do fundo, mencionando o crescimento do Ebitda e o potencial para pagamentos de dividendos. Gustavo Heilberg revela que as duas maiores posições da HIX Capital são a Eneva (ENEV3) e a Orizon (ORVR3), ambas do setor de infraestrutura e energia. Onde investir no segundo semestre? Essas ações podem ser boas opções.

Contudo, é essencial estar atento aos riscos, como conflitos geopolíticos no Oriente Médio e a incerteza em relação ao cenário fiscal doméstico. Lucas Stella também menciona o risco de uma reversão do fluxo de investimentos, caso o “excepcionalismo americano” volte a dominar ou ocorra uma recessão global. Gustavo Heilberg adverte sobre o impacto de um eventual aumento na tributação sobre as empresas.

Ao considerar onde investir no segundo semestre de 2025, os analistas enfatizam a importância de um otimismo cauteloso e uma análise criteriosa dos riscos e oportunidades. A bolsa brasileira apresenta um potencial de crescimento, mas a volatilidade e as incertezas do cenário econômico exigem uma abordagem estratégica e diversificada.

Via Money Times

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.