O perfil de clientes do mercado livre de energia se torna cada vez mais diversificado

Mercado livre de energia: veja como a adesão de pequenos consumidores cresce e o que esperar da abertura para residências. Saiba mais!
21/02/2025 às 06:03 | Atualizado há 6 meses
Mercado livre de energia
Mercado livre de energia

O perfil dos consumidores no mercado livre de energia tem se diversificado, impulsionado por um recorde de migrações em 2024. Setores como varejo, agronegócio e hospitais aumentaram sua participação nesse mercado. Em 2024, 93% do consumo industrial e 41% do consumo comercial foram negociados no mercado livre.

Uma mudança significativa foi observada na demanda por energia. Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) revelam que, das 26,8 mil migrações em 2024, 92% correspondem a cargas inferiores a 500 kilowatts (kW) médios. No ano anterior, esse percentual era de 67%.

A abertura do mercado permitiu a entrada de consumidores menores, e as comercializadoras direcionaram seus esforços para atrair esses clientes. A Engie Brasil, por exemplo, antecipou-se a esse cenário e começou a se preparar para atender consumidores comerciais de menor porte em 2018.

A economia é um dos principais atrativos para aderir ao ambiente de contratação livre, mas a estabilidade das tarifas também se destaca, segundo Gabriel Mann, diretor de comercialização de energia da Engie. A empresa simplificou seus processos de contratação, oferecendo três opções de contratos padronizados para clientes com menor consumo.

A Kinsol, focada em descontos na conta de luz, oferece soluções em energia para clientes residenciais e comerciais, seja por meio de geração local ou remota solar, ou pela migração ao mercado livre. A empresa adaptou-se ao novo perfil dos consumidores que migram para o ambiente de contratação livre (ACL).

Maurício Crivelin, CEO da Kinsol, observa que os consumidores de pequeno porte ainda carecem de conhecimento aprofundado sobre o mercado livre de energia. Ele acredita que haverá um período de maturação para que esses consumidores entendam e estudem o mercado.

A próxima etapa da liberalização do mercado será a abertura para todos os consumidores, inclusive os de baixa tensão, como os residenciais. Daniela Alcaro, sócia da Stima Energia, vê a crescente adesão de pequenos clientes como um passo importante para a abertura total do mercado livre de energia.

Apesar de sua comercializadora focar no mercado atacadista e lidar com grandes consumidores, Alcaro acredita que houve uma boa preparação para a possível migração de consumidores residenciais. Ela enfatiza a necessidade de priorização por parte do Congresso e do Ministério de Minas e Energia para que a abertura da baixa tensão se concretize, criando um ambiente competitivo e preços mais acessíveis para o consumidor livre.

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.