Investir em educação básica não garante melhor qualidade

Entenda por que gastar mais no ensino básico pode não melhorar a qualidade da educação.
03/07/2025 às 19:17 | Atualizado há 3 semanas
Investimento na educação básica
Gastos elevados por aluno não garantem melhorias na educação sem estratégias efetivas. (Imagem/Reprodução: Braziljournal)

O investimento na educação básica é um tema crucial para o desenvolvimento do país. Um estudo do instituto Todos Pela Educação revelou que, embora o aumento do financiamento escolar contribua para a melhora do aprendizado, especialmente em áreas com poucos recursos, esse efeito diminui após um certo nível de investimento por aluno.

Essa pesquisa analisou dados de redes municipais, representando 60% dos estudantes brasileiros, e investigou por que a melhoria nos resultados estagnou, mesmo com o aumento do **investimento na educação básica** nos últimos anos. Os pesquisadores cruzaram dados financeiros do SICONFI com os resultados do Ideb e do Saeb.

Na última década, houve um aumento significativo no **investimento na educação básica**, impulsionado pela expansão do Fundeb. O **investimento na educação básica** médio por aluno saltou de R$ 8,3 mil em 2013 para R$ 12,5 mil em 2023, um aumento de 50% já descontada a inflação. Esses valores incluem salários, materiais e manutenção.

Apesar desse aumento expressivo no **investimento na educação básica**, a melhora no aprendizado não acompanhou o mesmo ritmo. A relação entre o **investimento na educação básica** e a melhora nos resultados diminuiu ao longo do tempo. Em 2017, um aumento de R$ 1.000 no **investimento na educação básica** por aluno gerava um crescimento de 0,16 ponto no Ideb nos anos iniciais, mas em 2023, esse ganho caiu para 0,06 ponto.

Os municípios com menor **investimento na educação básica**, até R$ 10 mil por aluno, mostram que 43% dos alunos do 5° ano têm aprendizado adequado em português e 27% em matemática. Já naqueles com **investimento na educação básica** entre R$ 14 mil e R$ 16 mil, os índices sobem para 61% e 51%, respectivamente. Contudo, em cidades com gastos superiores a R$ 20 mil por aluno, os resultados não apresentam melhora significativa.

Manoela Miranda, do Todos Pela Educação, observou que a relação entre o **investimento na educação básica** e o aprendizado é mais forte em municípios com menores gastos, e que há grande variação nos resultados entre municípios com o mesmo nível de **investimento na educação básica**, sugerindo espaço para melhorar a gestão dos recursos.

A estagnação no aprendizado, mesmo com o aumento do **investimento na educação básica**, pode ser resultado do impacto da Covid-19 ou da falta de planejamento robusto na alocação de recursos. Ampliar o **investimento na educação básica** continua sendo importante, mas não é suficiente para garantir avanços significativos no aprendizado.

Para melhorar os resultados, é preciso que os gestores busquem melhores práticas de ensino e elevem o número de crianças que concluem o ciclo básico com níveis adequados de aprendizado, otimizando o uso do **investimento na educação básica** já disponível.

Via Brazil Journal

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.