Cúpula do Brics perde líderes e se torna mais pragmática

Cúpula do Brics se adapta à nova realidade com menos líderes; entenda as implicações.
04/07/2025 às 06:17 | Atualizado há 2 meses
Cúpula do Brics
Cúpula do Brics busca resultados concretos diante de desafios e tensões globais. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A Cúpula do Brics, agendada para este domingo (6) e segunda-feira (7) no Rio de Janeiro, deve focar em resultados práticos em vez de declarações amplas. A avaliação é de Maria Elena Rodriguez, diretora adjunta do Brics Policy Center, em entrevista ao InfoMoney. A reunião ocorre em um momento de expansão do bloco, com novos membros como Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos.

A diversidade de interesses e culturas entre os membros pode dificultar a convergência em alguns temas. Além disso, a ausência de líderes como Xi Jinping e Vladimir Putin pode diminuir o impacto simbólico do evento. A facilitação do comércio entre os países do Brics é um ponto econômico crucial.

Espera-se que o uso de moedas locais para transações comerciais seja fortalecido, reduzindo a dependência do dólar. A harmonização de regras e a diversificação de parceiros comerciais também são prioridades. O comércio entre os países do Brics, com exceção da China, ainda é limitado.

A ausência de Xi Jinping e Vladimir Putin pode impactar a percepção da união do grupo. O Brasil deve desempenhar um papel de mediador para construir consensos entre os membros. A força política que o Brics busca projetar pode ser afetada pela ausência de líderes importantes.

O conflito entre Israel e Irã, embora não esteja na pauta oficial, pode surgir nas discussas sobre segurança. As posições dos membros do Brics sobre esse conflito não são uniformes. A capacidade do Brasil de mediar essas divergências será fundamental.

Durante a semana que antecedeu a Cúpula do Brics, negociadores discutiram temas importantes e defenderam seus interesses. A presidência brasileira pretende priorizar a cooperação entre os países do Sul Global. A redução dos custos de transações comerciais e financeiras é um objetivo chave.

Questões sociais, saúde, inteligência artificial e mudanças climáticas também serão debatidas. A desdolarização, já discutida na cúpula anterior, deve ser abordada novamente. O uso estratégico de moedas locais e a facilitação do comércio são vistos como formas de fortalecer as economias dos membros.

A crítica ao protecionismo comercial e o fortalecimento das parcerias são esperados no documento final. A reunião busca promover um ambiente de cooperação e crescimento econômico para os países do Brics. As discussões visam consolidar o papel do bloco no cenário global.

A **Cúpula do Brics** representa uma oportunidade para fortalecer a colaboração Sul-Sul e buscar soluções para desafios globais. A diversidade de temas em pauta reflete a complexidade do cenário internacional. O Brasil busca liderar um processo de construção de consensos e promoção do desenvolvimento.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.