Jovem utiliza IA para transformar funk com influência dos anos 80

Descubra como um jovem de 22 anos usa inteligência artificial para inovar no funk com batidas dos anos 80.
04/07/2025 às 11:17 | Atualizado há 3 meses
Funk com IA
Jovem de 22 anos reinventa o funk mesclando batidas dos anos 80 com IA. (Imagem/Reprodução: Exame)

Raul Vinicius, um jovem de 22 anos de São Paulo, tem chamado atenção com suas criações que mesclam funk com IA. Ele é o fundador da Blow Records, um selo que utiliza inteligência artificial para produzir versões contemporâneas de clássicos do funk. No TikTok, músicas como “Popotão Grandão” e “Só Quer Vrau” se tornaram trilhas sonoras de diversos vídeos, exibindo uma nova abordagem dos hits dos anos 50 a 80. A iniciativa começou como uma brincadeira, mas rapidamente se transformou em um fenômeno viral.

A Blow Records conseguiu impressionantes 60 milhões de visualizações no TikTok e 12 milhões no YouTube, além de 11 milhões no Instagram. Apesar do sucesso em visualizações, Vinicius revela que a monetização ainda é um desafio. Ele explica que “é tão baixa [a quantia] que não sei te dizer quanto já ganhei, mas ajuda a cobrir os custos da produção”. A conta do TikTok, com 136 mil seguidores, também não é monetizada, embora os vídeos de seus hits “Predador de Perereca” e “Casa dos Machos” tenham gerado quase 60 mil vídeos criados por outros usuários.

Além da popularidade, o mercado de música gerada por inteligência artificial promete crescimento significativo. Uma pesquisa recente prevê um aumento de US$ 3 bilhões na área até 2028. Plataformas como YouTube já estão experimentando a criação de novas músicas com a voz de artistas, mostrando uma tendência de maior integração entre funk com IA e a indústria musical.

Os direitos autorais são uma preocupação para Vinicius. Ele faz esforços para garantir que suas criações respeitem a propriedade intelectual. “Eu sempre tento fazer da melhor forma que for possível para lançar [no Spotify], conversando antes com os artistas e dando os devidos créditos”, diz. A Blow é seguida por artistas conhecidos como Mano Brown e Kevin O Chris e se dedica a formalizar as parcerias, por meio do compartilhamento de royalties.

Recentemente, a artista Pocah alcançou grande sucesso ao compartilhar uma versão de “Casa dos Machos”, após ser marcada por Vinicius. Esse ato levou o conteúdo ao status de viral e reforçou a relevância do uso consciente de tecnologia na música. “É uma maneira criativa de dialogar com outras gerações”, observa Pocah, enfatizando o respeito ao trabalho original.

Vinicius ainda guarda segredo sobre as ferramentas exatas que utiliza para criar suas músicas. Entretanto, ele revela que usa recursos como Freepik, Veo 3 e Midjourney para gerar imagens promocionais. Mesmo com o reconhecimento, ele prefere a privacidade, vivendo com os pais, que não têm total consciência do impacto que suas produções estão criando no meio musical.

A Blow Records e Vinicius representam uma nova era na música, onde a geração de conteúdo se mistura com a arte de maneira inovadora. Com a crescente adoção de funk com IA, é possível esperar que cada vez mais artistas explorem essas novas fronteiras criativas.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.