Após um investimento de € 1,4 bilhão (aproximadamente R$ 7,84 bilhões), o Rio Sena, em Paris, está novamente liberado para banho. A partir de 7 de junho até 31 de agosto, parisienses e turistas poderão nadar no Sena em três áreas designadas e supervisionadas, marcando um momento importante após os questionamentos sobre a qualidade da água durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris. O projeto foi prometido pela prefeita Anne Hidalgo e contou com o apoio do presidente Emmanuel Macron para garantir um ambiente saudável no rio.
A reabertura do rio para banho representa um marco significativo para Paris. As áreas de banho estão estrategicamente localizadas, oferecendo vistas icônicas da cidade. Uma das áreas está situada na região de Grenelle, com vista para a Torre Eiffel, enquanto outra fica próxima ao centro histórico, ao lado da prefeitura. A terceira área de banho está localizada em Bercy, no sudeste da cidade, proporcionando fácil acesso para moradores e visitantes.
A iniciativa de permitir que as pessoas possam nadar no Sena vem após os Jogos Olímpicos de 2024, quando a qualidade da água foi um ponto de preocupação. Incidentes como o adiamento do triatlo aquático masculino devido a problemas sanitários levantaram questões sobre a saúde do rio. Agora, com a implementação de medidas de limpeza e monitoramento, a qualidade da água está melhor do que durante os Jogos, com o retorno de 40 espécies aquáticas à região.
As áreas de banho serão gratuitas, mas terão capacidade limitada para garantir a segurança de todos. A área de Bercy poderá receber até 700 pessoas, com 300 na água; Grenelle terá capacidade para 200 banhistas, com sua vista para a Torre Eiffel; e a área ao lado da prefeitura poderá acomodar 150 pessoas. Todas as áreas serão supervisionadas por salva-vidas e fecharão às 21h (horário local).
Apesar das celebrações, alguns moradores e visitantes expressam preocupações sobre a segurança e a limpeza da água, principalmente devido ao tráfego de barcos no rio. A proibição de nadar no Sena foi imposta por um decreto de 1923, inicialmente por razões morais ligadas aos banhistas nus no século 19, evoluindo para preocupações sanitárias na década de 1970. No entanto, inovações foram implementadas para assegurar a qualidade da água.
Uma das principais inovações é a construção de um tanque de águas residuais de 30 metros de profundidade perto da estação ferroviária de Austerlitz. Este coletor gigante evita que a água contaminada dos esgotos transborde para o Sena durante fortes chuvas, protegendo a saúde pública. Pierre Rabadan, vereador de Esportes, enfatizou que o investimento visa corrigir “uma anomalia criada pelo próprio homem” e garantir que o Sena seja um ambiente saudável e aberto para todos.
As tempestades de verão representam um risco para a qualidade da água e a operação das áreas de banho, podendo levar ao fechamento temporário dessas zonas, conforme alertado pelo vereador. O projeto representa um esforço para revitalizar o rio e oferecer uma nova experiência aos cidadãos e turistas, permitindo que desfrutem de um mergulho nas águas do Sena, um século após a proibição.
Via Exame