A **bioindústria florestal de Portugal** se destaca como um motor econômico crucial, representando uma parcela significativa do PIB nacional e das exportações. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o setor florestal português, que abrange 36% do território, gera um volume de negócios expressivo, impulsionado por empresas de papel e bioenergia.
A floresta portuguesa, com seus 3,2 milhões de hectares, é um pilar da economia local. A Biond, associação que congrega empresas como Altri, DS Smith, Renova e The Navigator Company, desempenha um papel central na representação dessa bioindústria. Gonçalo Almeida Simões, diretor-geral da Biond, destaca a importância da entidade na promoção do setor.
Além de sua relevância econômica, a cadeia florestal desempenha um papel estratégico na coesão territorial, especialmente em regiões rurais e do interior. As empresas associadas à Biond transferem anualmente uma quantia considerável para a economia rural, impactando positivamente a geração de empregos e o desenvolvimento local em diversos distritos.
A bioindústria florestal de Portugal tem um impacto que vai além dos números, atuando como um motor de desenvolvimento sustentável. A gestão adequada das florestas contribui para a mitigação das mudanças climáticas, evitando desastres ambientais e promovendo o uso consciente dos recursos naturais.
A Biond atua como porta-voz do setor de bioindústrias de base florestal, representando aproximadamente 5% do PIB nacional e 10% das exportações portuguesas. Essa representatividade demonstra a importância do setor como um motor econômico e um pilar estrutural da balança comercial do país.
A entidade trabalha junto a empresários e políticos para demonstrar que a cadeia do eucalipto, por exemplo, tem sido fundamental para a fixação de comunidades, a criação de empregos e a geração de riqueza em regiões desfavorecidas, exercendo um impacto significativo na coesão territorial.
Além da dimensão econômica e social, a Biond busca transmitir uma visão abrangente da importância das florestas no contexto ambiental, ao sequestrar carbono da atmosfera e mitigar os impactos das mudanças climáticas. A gestão sustentável das florestas desempenha um papel crucial na prevenção de desastres, como incêndios florestais, erosão do solo e escassez hídrica.
Em 2023, o setor de celulose, papel e papelão alcançou um volume de exportações notável, superando as importações. Esse desempenho contribui para mitigar o déficit da balança de bens portuguesa. A cadeia florestal se consolida como estratégica para a coesão territorial, com a transferência de milhões de euros anuais para a economia rural dos distritos do continente.
Apesar das oportunidades de crescimento, a indústria enfrenta desafios relacionados à matéria-prima, com limitações legislativas para novas plantações. É necessário incentivar o manejo de áreas florestais abandonadas, fomentando a bioeconomia e a geração de empregos.
Entre 2019 e 2025, a Biond investiu significativamente, beneficiando milhares de hectares e produtores florestais. Ampliar esse esforço em escala nacional exige a intervenção do Estado, reconhecendo os serviços de ecossistema gerados pela floresta e promovendo o bom manejo como essencial para a resiliência aos incêndios.
É necessário trazer mais valor econômico para a floresta, incentivando a gestão ativa de proprietários que abandonaram suas terras. O potencial de uma vasta área florestal em Portugal requer sinergia entre o setor público e privado.
A Biond tem trabalhado para demonstrar que é possível avançar, replicando programas operacionais bem-sucedidos. Esses programas oferecem exemplos comprovados de boa gestão, abrangendo desde a limpeza até o reflorestamento. Políticas públicas eficazes são essenciais para que a floresta continue sendo um motor de desenvolvimento sustentável.
A cadeia da fibra e celulose florestal contribui para o desenvolvimento das comunidades locais, gerando uma cadeia de valor completa, desde o plantio de árvores até a exportação do produto final. Essa cadeia integrada tem abastecido Portugal com produtos renováveis e exportado para diversos países.
Uma economia rural e local depende dos recursos florestais para sua subsistência e cultura. Ao promover um manejo sustentável, é possível garantir meios de vida dignos para essas populações. A Biond está comprometida em unir esforços para impulsionar a bioindústria florestal de Portugal, divulgando áreas profissionais carentes e capacitando profissionais do setor.
A Biond promove práticas sustentáveis na gestão florestal, reconhecendo que o futuro do país depende do tratamento dos recursos naturais. A floresta é um ativo essencial para garantir um futuro próspero e equilibrado em Portugal.
A bioindústria florestal de Portugal enfrenta desafios relacionados a incêndios florestais e à biodiversidade, implementando estratégias para aumentar a resiliência das florestas. Investimentos em manejo baseado em dados científicos, tecnologias digitais, diversificação de espécies e colaboração com comunidades locais são algumas das medidas adotadas.
Espera-se que a disponibilidade de matéria-prima seja essencial para que a cadeia da fibra e celulose florestal continue se afirmando como um setor estratégico para uma economia mais circular e descarbonizada. A inovação, a sustentabilidade e a internacionalização são vetores que podem impulsionar a evolução do setor nos próximos anos.
A floresta oferece matéria-prima renovável que permite produzir soluções sustentáveis para substituir materiais de origem fóssil. Produtos à base de fibra florestal, como embalagens e biomateriais, já são alternativas viáveis para diversos setores.
A transição energética e as exigências ambientais estão acelerando o investimento em processos de produção mais eficientes e com menor pegada de carbono. O setor de celulose e papel tem potencial para fortalecer sua competitividade internacional, combinando valor agregado, tecnologia e gestão responsável dos recursos.
Portugal tem condições únicas para se posicionar como referência europeia na bioeconomia florestal, liderando a resposta global aos desafios das mudanças climáticas e da escassez de recursos. Uma base florestal robusta, um ecossistema industrial e científico preparado e políticas públicas estratégicas são recursos importantes para alcançar esse objetivo.
Via Forbes Brasil