Mudanças climáticas em debate na Cúpula do Brics

Explore as principais declarações sobre mudanças climáticas na Cúpula do Brics e seu impacto global.
05/07/2025 às 20:03 | Atualizado há 4 semanas
Financiamento climático Brics
Mudanças climáticas no BRICS: compromissos que moldam o futuro do planeta. (Imagem/Reprodução: Exame)

O combate à mudança do clima será um dos temas centrais na Cúpula do Brics, que tem início neste domingo, dia 6, no Rio de Janeiro. Com a presidência do bloco de economias emergentes nas mãos do Brasil, o evento ocorre menos de um ano antes do G20. A Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP30), agendada para novembro, também está gerando discussões significativas, especialmente sobre financiamento climático Brics e transição energética.

O cenário de discussões é desafiador, marcado por uma crise do multilateralismo e as tensões geopolíticas, como a guerra comercial promovida pelos Estados Unidos e conflitos em regiões como Irã e Ucrânia. Fernando Haddad, ministro da Fazenda brasileiro, afirmou que o bloco pode ter um papel importante na COP30, destacando a “reglobalização sustentável”, que visa unir desenvolvimento social, econômico e ambiental em um novo modelo globalizado.

Haddad enfatizou que o Brics traz à tona países que estão trabalhando em meios inovadores para acelerar a transformação ecológica. Uma das iniciativas do governo brasileiro é o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que busca facilitar a transição para uma economia com menor emissão de carbono. “Queremos ser um porto seguro em um mundo instável, com serenidade e ambição como marcas da nossa presidência”, disse ele durante a reunião.

As negociações que aconteceram até a última sexta-feira, dia 4, abordaram principalmente o financiamento da transição energética. O embaixador Mauricio Lyrio, representante brasileiro, ressaltou que os países do Sul Global defendem que as nações que mais emitiram gases de efeito estufa precisam contribuir financeiramente para a transição dos países em desenvolvimento.

Lyrio também mencionou o objetivo do Brasil em focar temas socioambientais nas agendas dos grandes grupos multilaterais. Ele apontou a importância de parcerias entre os países do Brics para assegurar o desenvolvimento social, econômico e ambiental. Na última sexta, diversas organizações climáticas apresentaram propostas visando que o bloco assumisse uma posição de liderança na pauta financeira, especialmente para apoiar países em desenvolvimento nas crises climáticas.

Atualmente, os membros do Brics representam 40% da economia global, superando até mesmo o G7. Um consenso em relação ao financiamento climático é fundamental para o sucesso da COP30, que acontecerá em Belém do Pará. Na COP29, foi identificado um déficit de 300 bilhões de dólares, enquanto o montante necessário gira em torno dos trilhões de dólares. O Brics, embora não formalize acordos, estabelece diretrizes por meio de suas decisões, influenciando eventos futuros como a COP.

André Corrêa do Lago, presidente da COP30, reforçou a importância de uma abordagem equilibrada sobre as mudanças climáticas, reiterando a necessidade de “transições justas”. Em suas declarações, Corrêa expressou otimismo em relação ao progresso que o Brasil e outros países em desenvolvimento têm promovido, desafiando percepções negativas sobre a capacidade do Sul Global em adotar soluções sustentáveis.

Em suma, a cúpula do Brics se prepara para abordar um dos desafios mais críticos do nosso tempo, com providências concretas para garantir um futuro sustentável.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.