A **Aura Minerals** está expandindo seus horizontes com uma nova oferta de ações nos Estados Unidos e a futura Listagem na Nasdaq. Essa estratégia visa aumentar a liquidez dos papéis da empresa e consolidar sua presença no mercado financeiro global. A operação representa um passo importante para a mineradora, que já possui listagem em Toronto e negociação de BDRs na B3.
A mineradora, liderada por Paulo Brito, planeja captar US$ 210 milhões com a oferta base, que envolve 8,1 milhões de ações. O preço de referência é o valor de tela do papel, que fechou a US$ 26,19, já convertido do dólar canadense para o dólar americano.
Existe a possibilidade de aumentar a oferta em 15%, adicionando 1,2 milhão de ações por meio do greenshoe, uma prática comum nesse tipo de operação. Adicionalmente, dependendo da demanda do mercado, a empresa poderá lançar um hot issue, elevando a oferta em até 20%, o que corresponde a mais 1,9 milhão de ações.
Caso todos os lotes adicionais sejam colocados no mercado, a Aura Minerals tem o potencial de levantar até US$ 290 milhões. O pricing está agendado para 15 de julho, após o fechamento do mercado, e a estreia na Listagem na Nasdaq está prevista para a manhã do dia seguinte.
O objetivo principal da Aura Minerals com a Listagem na Nasdaq é consolidar a liquidez de seus papéis nos Estados Unidos. A empresa planeja alterar o underlying share de seus BDRs das ações listadas no Canadá para os EUA, com a intenção de iniciar o processo de delisting no Canadá nos próximos meses.
No início de junho, a Aura Minerals anunciou a aquisição da Mineração Serra Grande, que pertencia à AngloGold, em uma transação de US$ 76 milhões. Além disso, estima-se um investimento adicional de US$ 20-30 milhões para adequar a mina aos padrões da empresa.
Os recursos obtidos com a oferta serão destinados ao pagamento da aquisição da Mineração Serra Grande e à aceleração do capex orgânico nas minas e ativos em operação da companhia. A expectativa é que a oferta também contribua para aumentar a liquidez dos papéis, que atualmente gira em torno de US$ 3,5 milhões no Brasil e um valor semelhante no Canadá.
Os coordenadores globais da operação são Bank of America e Goldman Sachs. Itaú BBA e BTG Pactual atuam como joint bookrunners, enquanto National Bank, Scotiabank, RBC e Bradesco são os co-managers.
Com um sindicato de bancos maior, espera-se que aumente o número de analistas que cobrem a Aura Minerals. Tradicionalmente, mineradoras de ouro são avaliadas pelo múltiplo do net asset value (NAV), embora essa métrica seja frequentemente debatida devido à subjetividade na precificação das reservas e da vida útil das minas.
Atualmente, a Aura Minerals negocia a cerca de 0,8x NAV, mas a empresa se vê a 0,6-0,7x NAV. Comparativamente, outras empresas listadas no Canadá operam acima de 1x NAV, e algumas chegam a 1,3x.
Via Brazil Journal