O grupo de países do Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, uniu forças para pressionar as nações desenvolvidas a aumentarem significativamente o financiamento climático até a COP30. A declaração conjunta foi emitida durante a Cúpula de Líderes do bloco, realizada no Rio de Janeiro, com o objetivo de mobilizar um montante de US$ 1,3 trilhão para ações climáticas.
O Brics expressou preocupação com a falta de ambição dos países industrializados em relação à redução das emissões de gases do efeito estufa e ao cumprimento dos compromissos assumidos anteriormente. O grupo defende que as metas sejam revistas e reforçadas, visando alcançar emissões líquidas zero antes de 2050 e emissões negativas logo em seguida.
O bloco também reafirmou seu compromisso com o multilateralismo e com o Acordo de Paris, como base para a cooperação global em questões climáticas. Para o Brics, a responsabilidade pelo financiamento recai sobre os países desenvolvidos, que devem apoiar as nações emergentes de forma justa e sem agravar seus problemas econômicos.
O grupo enfatizou que o financiamento para adaptação deve ser primariamente concessional, baseado em doações e acessível às comunidades locais. O Brics alertou contra o risco de endividamento excessivo nas economias em desenvolvimento, defendendo que os recursos sejam direcionados a fundos vinculados à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).
Além disso, o Brics defendeu a participação do capital privado no financiamento climático até a COP30, por meio de instrumentos de crédito misto. Entre as propostas mencionadas, está a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que poderá ser lançado na COP30 para apoiar a conservação das florestas. O grupo também destacou o papel do mercado de carbono como ferramenta para engajar o setor privado e estimular investimentos na transição para uma economia de baixo carbono, manifestando interesse em cooperar para o desenvolvimento de mecanismos regulatórios e troca de experiências nessa área.
Outro ponto abordado foi a rejeição a barreiras comerciais unilaterais que utilizem argumentos ambientais como justificativa. Os líderes criticaram medidas consideradas protecionistas, como ajustes de carbono nas fronteiras e exigências de rastreabilidade, que podem ter efeitos negativos sobre países em desenvolvimento e comprometer os esforços globais contra o desmatamento.
Via Forbes Brasil