Na abertura do pregão desta quinta-feira, o Ibovespa em queda refletiu as tensões geopolíticas e comerciais envolvendo os Estados Unidos. O principal índice da Bolsa brasileira registrou um recuo de 0,03%, situando-se em 137.438,35 pontos por volta das 10h15, horário de Brasília.
Simultaneamente, o dólar à vista apresentou uma alta superior a 2% em relação ao real nas primeiras negociações do dia. A valorização da moeda americana ocorreu em um contexto de aversão dos investidores ao real, influenciada pelo anúncio de tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras, feito pelo governo dos Estados Unidos.
No mesmo período, a moeda americana registrou uma valorização de 1,21%, atingindo R$ 5,5690 para venda. Esse cenário de instabilidade econômica e comercial impacta diretamente as estratégias de investimento e o desempenho do mercado financeiro brasileiro.
A imposição de tarifas sobre as exportações brasileiras, somada às tensões políticas, contribuiu para a desconfiança dos investidores e o aumento da volatilidade no mercado de câmbio. As medidas anunciadas pelo governo americano geraram preocupações sobre o futuro das relações comerciais entre os dois países.
O anúncio das tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras, com início previsto para 1º de agosto, foi oficialmente realizado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A decisão abrange uma ampla gama de produtos, adicionando-se às tarifas setoriais que já estavam em vigor.
Em resposta, o presidente Lula declarou que o Brasil não aceitará tais imposições e que o país responderá com base na Lei da Reciprocidade Econômica, aprovada em abril. Essa legislação permite ao governo brasileiro adotar medidas contra países que imponham barreiras unilaterais às exportações do Brasil. Lula enfatizou que o Brasil é um país soberano, com instituições independentes, e que qualquer tentativa de retaliação comercial será enfrentada de forma adequada.
O economista Paul Krugman, laureado com o Prêmio Nobel de Economia em 2008, expressou fortes críticas à decisão de Trump de impor tarifas sobre produtos brasileiros. Krugman classificou a medida como “maligna” e carregada de “megalomania”, argumentando que ela carece de fundamentos técnicos e econômicos.
Segundo o economista, a tarifa representa, na prática, um “programa de proteção a ditadores” e possui motivações políticas claras. Para ele, o objetivo é punir o Brasil devido ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma alta de 0,24% em junho, um pouco abaixo do aumento de 0,26% observado em maio. O principal fator de influência foi a energia elétrica residencial, que subiu 2,96% devido à ativação da bandeira tarifária vermelha patamar 1, respondendo por 0,12 ponto percentual do índice.
Apesar da desaceleração, o resultado superou ligeiramente as expectativas do mercado, que projetava uma alta de 0,23%, conforme o Relatório Focus. No acumulado de 2024, o IPCA já apresenta um avanço de 2,99%, e, em 12 meses, alcança 5,35%.
A Azul (AZUL4) obteve aprovação integral para todas as petições apresentadas na audiência de “Segundo Dia” do processo de recuperação judicial (Chapter 11) nos Estados Unidos. De acordo com um comunicado divulgado pela companhia, não houve objeções por parte do tribunal, consolidando as decisões concedidas provisoriamente na audiência de “Primeiro Dia”.
A Embraer (EMBR3) está competindo para fornecer aeronaves à Royal Air Maroc, a companhia aérea estatal do Marrocos, que planeja expandir e modernizar sua frota em três categorias. Conforme uma fonte informou à Reuters, a fabricante brasileira está concorrendo especificamente na categoria de aeronaves de menor porte.
Via Money Times