No Brasil, a tornozeleira eletrônica Homem-Aranha se tornou um tema recorrente, utilizada como medida cautelar para monitorar indivíduos sob investigação. Surpreendentemente, a inspiração para esse dispositivo tem raízes nos quadrinhos, mais precisamente em uma história do Homem-Aranha. Uma edição, publicada há quase meio século, despertou a ideia que resultaria na criação desse aparelho.
A história em quadrinhos do Homem-Aranha, que circulou em tiras semanais nos anos 70, apresentou um cenário onde o herói era rastreado por uma pulseira imposta pelo Rei do Crime. Essa narrativa despertou a imaginação do juiz Jack Love, do Novo México, que, em parceria com o engenheiro Michael Goss, desenvolveu a “algema eletrônica”. O próprio juiz testou o dispositivo, descrevendo-se como estando em uma “guia bastante curta”.
A primeira versão da tornozeleira eletrônica Homem-Aranha tinha o tamanho de uma caixa de cigarros e operava através de uma linha telefônica fixa. A cada minuto, um sinal era enviado para verificar se o usuário permanecia dentro de um perímetro de 45 metros; caso contrário, a polícia era automaticamente alertada.
O ano de 1983 marcou o início dos testes práticos da tornozeleira eletrônica Homem-Aranha, com o juiz Love aplicando-a em três indivíduos acusados de delitos leves. Um deles, acusado de emitir cheques sem fundos, voltou a ser preso por roubo semanas após o início do monitoramento. Outro, um veterano da Guerra do Vietnã, violou a condicional ao ser encontrado embriagado. O terceiro, detido por dirigir alcoolizado, cumpriu sua pena sem reincidir.
Apesar da notoriedade da invenção, seus criadores não obtiveram sucesso financeiro duradouro. A empresa fabricante faliu em 1984, mas a ideia já havia sido adotada por outras empresas, garantindo a continuidade do uso da tornozeleira eletrônica Homem-Aranha pelas forças policiais.
Via Tecmundo