Bactéria pode influenciar o apetite por doces de maneira natural

Apetite por doces controlado? Bactéria intestinal pode ser a chave! Estudo revela como ela age no cérebro. Saiba mais!
24/02/2025 às 13:04 | Atualizado há 3 meses
Apetite por doces
Apetite por doces

Entender a relação entre nossa flora intestinal e as escolhas alimentares sempre despertou a curiosidade de cientistas e entusiastas da saúde. Um estudo recente trouxe à tona uma conexão interessante entre a bactéria _Bacteroides vulgatus_ e o apetite por doces, revelando como nosso organismo pode ser influenciado por esses pequenos habitantes do intestino.

A pesquisa, conduzida por universidades chinesas, investigou como a presença da _Bacteroides vulgatus_ pode impactar o desejo por alimentos açucarados. Os cientistas realizaram experimentos em ratos e analisaram amostras de 84 voluntários humanos para entender melhor essa dinâmica.

Nos experimentos com ratos, os pesquisadores desativaram o gene Ffar4, responsável por regular a quantidade da bactéria _B. vulgatus_ no intestino. Observou-se que, com a diminuição dessa bactéria, os ratos passaram a demonstrar um maior interesse por alimentos doces.

A equipe de pesquisa analisou a microbiota intestinal de participantes humanos e descobriu uma relação inversa: pessoas que consumiam mais doces apresentavam uma menor quantidade de _B. vulgatus_ no organismo. Essa descoberta sugere que essa bactéria pode ter um papel importante no controle do apetite por doces.

A _B. vulgatus_ atua como um regulador natural do apetite por doces, secretando ácido pantotênico. Essa substância estimula a produção do hormônio GLP-1, que age diretamente no cérebro, promovendo a sensação de saciedade e controlando a vontade de comer doces. Inclusive, uma versão sintética desse hormônio é utilizada em medicamentos como o Ozempic.

Essa descoberta abre portas para o desenvolvimento de tratamentos inovadores para o controle do peso, baseados na suplementação de _B. vulgatus_. A ideia é que, ao equilibrar a flora intestinal com essa bactéria, seja possível reduzir o apetite por doces e auxiliar no processo de emagrecimento.

O estudo “Free fatty acid receptor 4 modulates dietary sugar preference via the gut microbiota”, publicado em 2025, detalha como a modulação do receptor de ácido graxo 4, pode influenciar a preferência por açúcar através da microbiota intestinal. As descobertas poderão levar a novas abordagens no tratamento da obesidade e no controle do apetite por doces.

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.