O cenário de startups no Brasil está prestes a testemunhar uma reviravolta. Em vez de aplicativos complexos e interfaces cheias de ícones, a aposta agora é na simplicidade e na ubiquidade do WhatsApp. Será que os próximos Unicórnios brasileiros no WhatsApp vão surgir a partir das conversas cotidianas? A resposta pode estar mais perto do que imaginamos, transformando a maneira como interagimos com serviços e produtos.
O modelo tradicional de aplicativos, que antes dominava nossos celulares, parece estar perdendo força. A população brasileira, com mais de 93% dos usuários de internet utilizando o WhatsApp diariamente, anseia por soluções mais ágeis e diretas. A ideia de baixar mais um app, com todas as suas complexidades e demandas de espaço, já não atrai como antes. A preferência agora é resolver tudo com uma simples troca de mensagens.
Essa mudança de comportamento reflete uma busca por interfaces mais conversacionais, que mimetizam a forma mais natural de interação humana: o diálogo. Lançar uma solução digital diretamente no WhatsApp elimina a necessidade de aprovação em lojas de aplicativos, taxas e prazos extensos. Empresas agora podem construir experiências completas dentro do aplicativo, desde atendimento ao cliente até transações financeiras, tudo de forma integrada.
O WhatsApp, antes visto apenas como um mensageiro, está se consolidando como um verdadeiro sistema operacional da vida diária dos brasileiros. Olhando para o exemplo de sucesso do WeChat na China, que reúne redes sociais, pagamentos e agendamentos em um só lugar, o WhatsApp trilha um caminho semelhante. A plataforma oferece APIs para desenvolvedores, integração com modelos de linguagem e soluções personalizadas para diversos setores, como saúde e finanças.
Startups da América Latina já estão explorando esse novo paradigma, oferecendo desde assistentes de calendário (Dola) até serviços de entrega (Brendi) e educação (ChatClass), tudo dentro do WhatsApp. No Brasil, soluções inovadoras em saúde e finanças começam a despontar, aproveitando a vasta atenção dos usuários na plataforma. Empreender no WhatsApp, contudo, exige mais do que simples códigos e automação. É preciso LLMs de alta capacidade, treinadas para entender contextos, nuances da linguagem natural e as particularidades de cada usuário.
Apesar do grande potencial, empreendedores apontam desafios nas APIs do WhatsApp, que ainda carecem de suporte e estabilidade. Resta à Meta decidir se quer apenas participar dessa revolução ou liderá-la. Uma coisa é certa: a plataforma está bem posicionada para transformar a maneira como os brasileiros consomem serviços e produtos.
Enquanto aplicativos especializados competem pela atenção do usuário, o Brasil mostra que a melhor interface pode ser, simplesmente, uma conversa. O WhatsApp reúne os ingredientes necessários – alta penetração, APIs robustas e LLMs – para criar o seu primeiro unicórnio. Resta saber quando essa transformação se concretizará, consolidando o aplicativo como um ecossistema de negócios completo e acessível.
Via Startups
