O cenário de inovação, antes guiado quase que exclusivamente pelo capital, está passando por uma transformação. Durante anos, o Venture Capital (VC) reinou, impulsionando ideias inovadoras com investimentos robustos e participação ativa nos conselhos das empresas. Mas, com a evolução do mercado, emerge uma questão crucial: o capital é suficiente para solidificar um negócio? A resposta que se desenha é um sonoro não.
A lógica central do Venture Capital reside na diversificação do portfólio. Investidores apostam em várias startups, conscientes de que a maioria não prosperará, algumas terão desempenho mediano e poucas gerarão retornos exponenciais. Nesse contexto, o VC atua como patrocinador e conselheiro, raramente se envolvendo na operação.
É nesse cenário que surge o modelo de Venture Builder, que não compete, mas propõe uma filosofia distinta. A premissa é clara: o maior risco para uma startup não é a falta de capital, mas a execução frágil. Assim, em vez de apenas investir, os Venture Builders unem forças com os fundadores para construir o negócio em conjunto.
Diferente do Venture Capital, que escolhe as melhores opções sem operar ativamente, os Venture Builders são *hands-on*. Eles atuam como co-fundadores, oferecendo experiência em áreas como produto, tecnologia, finanças e marketing. O objetivo não é apenas aconselhar, mas definir a estratégia de mercado, construir o modelo financeiro e liderar o desenvolvimento da primeira versão do produto.
Essa imersão operacional gera um alinhamento de interesses mais profundo. O sucesso do Venture Builder não depende de um acerto estatístico em um portfólio amplo, mas do sucesso tangível de poucas empresas nas quais ele está integralmente envolvido. Isso resulta em melhor alinhamento e maior potencial de retorno, pois o capital humano e estratégico é aplicado diretamente na operação, onde o valor é criado.
A governança se transforma, passando de uma relação entre investidor e investida para uma parceria entre construtores. Enquanto o Venture Capital tradicional influencia o futuro, os Venture Builders o constroem ativamente. Eles não apenas investem em ideias, mas as moldam, testam e reformulam. O futuro do dinheiro está nas mãos de quem constrói, não apenas de quem investe.
Via Startupi
