Mário Garnero, figura influente no cenário empresarial e político, busca articular um Encontro Lula e Trump. O empresário, dono do grupo BrasilInvest, tem como objetivo aproximar o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Garnero, conhecido por sua habilidade em mediar conversas entre líderes, já facilitou encontros semelhantes no passado.
A proposta de Garnero é realizar um jantar no resort de Trump, Mar-a-Lago, na Flórida, em 17 de fevereiro. A data coincide com um momento delicado nas relações entre Brasil e EUA, marcado por discussões sobre tarifas de importação e a repatriação de brasileiros. O encontro, caso se concretize, seria uma oportunidade para amenizar as tensões e discutir temas de interesse mútuo.
Garnero tem um histórico de aproximação entre líderes brasileiros e americanos. Em 2002, facilitou a comunicação entre Lula e o então presidente George W. Bush, com a ajuda do ex-ministro José Dirceu. O objetivo era tranquilizar os americanos em relação à política econômica do PT.
Em 2020, Garnero também promoveu um encontro entre Jair Bolsonaro e Trump em Mar-a-Lago. Na ocasião, os presidentes discutiram tarifas sobre o aço brasileiro e estratégias para lidar com a situação política na Venezuela.
A trajetória de Garnero é marcada por conexões políticas e empresariais. Formado em Direito pela PUC-SP, atuou como diretor jurídico e de Relações Industriais na Volkswagen do Brasil. Foi um dos responsáveis pela introdução do carro a álcool no país e presidiu a Anfavea em 1974.
No ano seguinte, fundou o Fórum das Américas e a BrasilInvest, um banco de negócios que conecta a iniciativa privada com investidores. Garnero também organizou o primeiro seminário internacional sobre investimentos no Brasil, em 1976, na Áustria.
Sua rede de contatos inclui figuras como Nathaniel Rothschild, Julio Mario Santo Domingo e Jack Welsh. Leonardo Ferragamo e Carlo de Benedetti, ambos conselheiros da BrasilInvest, também fazem parte de seu círculo. No âmbito nacional, Garnero coordenou a campanha de Juscelino Kubitschek em 1961.
Apesar de sua influência, Garnero enfrenta questões judiciais. Existem 12 cobranças contra ele no TJ-SP, totalizando R$ 236 milhões em valores não corrigidos, referentes a empréstimos bancários. Um dos processos envolve a penhora de sua fazenda em Campinas.
O BTG Pactual também move um processo contra Garnero, buscando o pagamento de R$ 27 milhões. Uma reportagem da revista piauí, de dezembro de 2023, revelou que o empresário declarou R$ 137 milhões em bens em 2021. O BTG tentou penhorar sete obras de arte atribuídas a Monet, Picasso e Modigliani, mas uma perícia constatou que eram falsificações. Nem o BTG Pactual nem o advogado de Garnero se manifestaram sobre o assunto até o momento. A possibilidade do Encontro Lula e Trump segue em aberto, com possíveis desdobramentos para as relações entre os dois países.
Via InfoMoney