Santander (SANB11): Queda de mais de 3% após balanço negativo

Após balanço com sinais negativos, ações do Santander despencam mais de 3%. Entenda os detalhes.
30/07/2025 às 12:02 | Atualizado há 3 dias
Lucro do Santander
Santander não repetiu o bom desempenho do primeiro trimestre em sua segunda etapa. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

O Lucro do Santander (SANB11) no segundo trimestre não repetiu o desempenho do primeiro, ficando aquém das expectativas. O banco reportou R$ 3,7 bilhões de lucro, um aumento de 10% em relação ao ano anterior, mas uma queda de 5% comparado ao trimestre anterior. Além disso, o resultado não atingiu a projeção da Bloomberg.

Na bolsa de valores, as ações do Santander chegaram a cair mais de 3% no início do pregão. No entanto, por volta das 11h, os papéis ganharam força, mas ainda operavam no negativo, com uma queda de 0,91%. A performance do banco no segundo trimestre gerou reações de diferentes instituições financeiras.

O BTG Pactual apontou que a combinação de volumes de empréstimos mais fracos, a queda nos resultados de tesouraria e o aumento das provisões para perdas com empréstimos explicam o resultado abaixo do esperado. O controle de despesas operacionais não foi suficiente para compensar esses fatores negativos.

Segundo o Banco Safra, os números apresentados pelo Santander são considerados ruins para a ação, que já acumula uma queda superior a 10% desde as máximas do ano. A qualidade dos resultados foi considerada pior do que o esperado, com uma queda de 6% na margem financeira (NII) ajustada ao risco.

Apesar disso, o banco conseguiu manter a inadimplência acima de 90 dias controlada, impulsionada por um nível mais elevado de baixas contábeis no trimestre. Os impactos de uma economia mais fraca já são perceptíveis, com aumento na inadimplência de curto prazo das pequenas e médias empresas (PMEs).

O Goldman Sachs destacou que o lucro do Santander líquido recorrente ficou 3% abaixo da estimativa. O lucro antes dos impostos (EBT) também apresentou queda de 12% no trimestre, ficando 9% abaixo da projeção, compensado parcialmente por uma alíquota de imposto menor. As receitas ficaram abaixo do esperado, tanto nas tarifas quanto na margem financeira, pressionadas por juros mais altos e resultados de tesouraria mais fracos.

As provisões também foram um ponto negativo, com aumento de 7% no trimestre, refletindo a deterioração macroeconômica e o aumento de pedidos de recuperação judicial no setor rural. Tanto o Goldman Sachs quanto o Safra mantêm recomendação neutra para as ações do banco.

Apesar do cenário desafiador, o CEO do Santander, Mario Leão, buscou acalmar os ânimos em teleconferência, afirmando que o aumento de 17% nas provisões deve se acomodar. Ele mencionou que não espera uma deterioração contínua nos setores de agronegócio e corporate, que podem enfrentar desafios com os juros nos próximos trimestres.

Leão também destacou que a antecipação do provisionamento contribui para tornar o portfólio cada vez mais saudável. Ele ainda mencionou a expectativa de retomada do crescimento no portfólio de risco sacado do banco no terceiro trimestre, após um recuo no segundo trimestre devido às mudanças envolvendo o IOF.

A reação do mercado e as análises das instituições financeiras indicam um período de atenção para o Santander, com desafios a serem superados nos próximos trimestres.

Via Money Times

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