Volkswagen destaca importância da produção local no Brasil

CEO da Volkswagen revela estratégia de manter fabricação no Brasil em vez de importar da China.
01/08/2025 às 07:41 | Atualizado há 2 meses
Importar da China
Ciro Possobom, CEO da Volkswagen, assina carta das montadoras do Brasil. (Imagem/Reprodução: Braziljournal)

Ciro Possobom, CEO da Volkswagen do Brasil, uniu-se a outros líderes de montadoras para expressar ao Presidente Lula a preocupação do setor com a possível redução de tarifas para a BYD. O governo, embora não tenha atendido integralmente ao pedido da empresa chinesa, concedeu uma cota temporária para a importação de carros elétricos, montados ou semi-desmontados, com alíquota zero.

Possobom, em entrevista, destacou que “beneficiar a montagem de veículos importados no Brasil com peças importadas destrói a cadeia de produção” local. A declaração ressalta a importância de manter a produção nacional. Ele ainda completa: “O grupo Volkswagen tem 39 fábricas na China. Poderíamos importar da China e vender no Brasil, gerando riqueza apenas financeira, mas queremos continuar construindo também para o País, isso é realmente importante.”

A visão de Possobom é que a venda de um veículo representa um ciclo complexo de prosperidade. A produção nacional é essencial para manter a economia forte, assegurar empregos e impulsionar tecnologia. Ele ressalta que a Volkswagen planeja adquirir R$ 26,3 bilhões em peças automotivas no Brasil em 2025, o que dinamiza a economia e promove soluções.

A preocupação central é que o incentivo à montagem de veículos importados prejudique a cadeia de produção estabelecida. O índice de nacionalização da Volkswagen é de 85%, como no caso do modelo Tera. A produção do Tera, por exemplo, gerou 260 empregos diretos e 2.600 indiretos.

Possobom enfatiza que a indústria não busca protecionismo, mas um cenário isonômico. A Volkswagen defende o desenvolvimento brasileiro e a mão de obra local. A empresa está presente no Brasil há 72 anos. Para ele, a competição é bem-vinda, desde que as regras sejam claras.

A redução de tarifas impactaria os planos de investimento da Volkswagen, que dependem de regras claras e isonomia. A empresa está investindo R$ 20 bilhões na América do Sul até 2028, sendo R$ 16 bilhões no Brasil. A importação de veículos, com incentivos fiscais, seria um desestímulo ao investimento em produção local e empregos.

Possobom argumenta que a questão vai além de uma guerra comercial. Trata-se de fomentar a produção e o desenvolvimento no Brasil. A Volkswagen na América do Sul responde por 11% da produção global da empresa, e o Brasil é seu terceiro maior mercado.

Via Brazil Journal

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.