A COP30 de Belém tem gerado intensos debates no cenário internacional. O Brasil foi pressionado por outros países a considerar a mudança da sede, mas decidiu manter o evento na capital paraense, mesmo diante de desafios logísticos e aumento de preços de hospedagem.
O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, afirmou categoricamente que Belém será a sede, descartando alternativas. A cúpula se aproxima e as discussões sobre infraestrutura aumentam, desviando a atenção das políticas climáticas.
Apesar das reclamações sobre hospedagem e custos elevados, o governo brasileiro está investindo na melhoria da infraestrutura local. A decisão visa mostrar a Amazônia ao mundo e garantir que a conferência ocorra em um ambiente inclusivo.
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A realização da COP30 de Belém tem gerado debates acalorados no cenário internacional. Apesar da pressão crescente de outros países para que o evento, ou parte dele, fosse transferido da capital paraense, o governo brasileiro mantém a decisão de sediar a conferência climática na cidade, mesmo diante dos desafios logísticos e do aumento expressivo nos preços de hospedagem.
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, foi enfático ao afirmar em videoconferência com jornalistas que “A COP será em Belém, a cúpula dos líderes será em Belém”, descartando qualquer “plano B” para a mudança de local.
A proximidade da cúpula da ONU, que ocorrerá em menos de 100 dias, tem intensificado as discussões sobre a infraestrutura e a logística do evento, desviando o foco dos debates sobre as políticas climáticas globais. Representantes de países em desenvolvimento manifestaram preocupação com os altos custos de hospedagem em Belém, que subiram devido à escassez de quartos disponíveis.
Durante uma reunião emergencial no escritório climático da ONU, diversos países pressionaram o Brasil a transferir a conferência para outra cidade, segundo Corrêa do Lago. O governo brasileiro se comprometeu a apresentar soluções em uma próxima reunião, mas fontes garantiram à Reuters que a mudança de sede não está entre as opções consideradas.
As preocupações com os preços e a disponibilidade de acomodações em Belém são antigas, e o secretariado climático da ONU (UNFCCC) já havia alertado o governo brasileiro sobre o assunto. Em uma reunião anterior, a UNFCCC sugeriu transferir parte da COP30, como a seção de discursos dos líderes mundiais, para fora de Belém, a fim de aliviar a pressão sobre a hospedagem. No entanto, o Brasil não aceitou essa proposta.
Questionado pela Reuters sobre a possibilidade de mudança da sede da COP30 de Belém, o Palácio do Planalto afirmou que “não há qualquer discussão para mudança da cidade-sede da COP30”, reafirmando o compromisso com a realização de uma conferência climática ampla, inclusiva e acessível.
Belém, com seus 1,5 milhão de habitantes, possui uma oferta limitada de hotéis. Apesar dos investimentos do governo brasileiro na reestruturação da rede hoteleira para a COP, os hotéis estão cobrando de 10 a 15 vezes os preços regulares, enquanto em outras cidades que sediaram a COP, o aumento máximo foi de três vezes, segundo Corrêa do Lago.
Além da hospedagem, outros países levantaram questões sobre a proximidade dos quartos oferecidos às delegações, a disponibilidade de opções de alimentação e a capacidade dos aeroportos locais de lidar com o fluxo de visitantes. O Brasil, por sua vez, garante que os preparativos para a conferência estão em andamento.
O governo federal planeja investir R$4 bilhões na melhoria da infraestrutura de Belém para sediar a conferência, somados aos investimentos realizados pelo governo do estado. A decisão de sediar a COP na capital paraense reflete o desejo de apresentar a Amazônia ao mundo e o apoio do governador do Pará, Hélder Barbalho, que busca atrair investimentos públicos e privados para o estado.
O Brasil ofereceu entre 10 e 15 quartos a preços de até US$ 220 por noite para delegações de países menos desenvolvidos, valor superior aos US$ 146 oferecidos pela ONU para hospedagem, alimentação e transporte desses diplomatas. Corrêa do Lago expressou frustração com o fato de a questão da hospedagem dominar um debate que deveria se concentrar nas negociações climáticas.
Recentemente, o Brasil lançou uma plataforma de reservas para o público. No entanto, o site apresentou uma fila de espera de quase 2.000 pessoas, e as tarifas variaram de US$ 360 a US$ 4.400 por noite.
Via Forbes Brasil
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