O Ibovespa já cresceu cerca de 12% este ano, segundo Leandro Saliba, da AF Invest. Ele acredita que ainda há boas oportunidades na bolsa, especialmente em ações de empresas locais. Saliba destaca o potencial de empresas alavancadas e pagadoras de dividendos, como a Melnick (MELK3).
Apesar do crescimento do índice, o mês de julho viu uma queda de 4% e a saída de R$ 6,27 bilhões em recursos externos. Esse cenário revela um aumento significativo de investimentos estrangeiros no início do ano, mas também uma correção recente no mercado. Saliba acredita que a redução dos juros trará crescimento nos lucros das empresas, refletindo em sua valorização nas bolsas.
Concentrando 55% de sua carteira em empresas alavancadas, Saliba aposta em crescimento nos lucros dessas empresas com a queda da Selic. Entre as escolhidas, estão a Simpar (SIMH3), que pode aumentar seu lucro de R$ 200 milhões para R$ 700 milhões anualmente. O gestor também vê oportunidades em dividendos robustos com a Melnick e outras empresas como Allos (ALOS3) e Log Commercial Properties (LOGG3), apesar dos desafios impostos pela dívida e legislação.
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O Ibovespa já apresentou um crescimento de cerca de 12% no ano, e segundo Leandro Saliba, head da área de renda variável da AF Invest, ainda existem boas oportunidades na bolsa de valores, especialmente em ações de empresas alavancadas e locais, que continuam com múltiplos deprimidos. Saliba também aponta oportunidades entre as pagadoras de dividendos, como a Melnick (MELK3).
A valorização do índice foi impulsionada, sobretudo, pelo fluxo de investidores estrangeiros, que iniciaram o ano com um significativo aporte de capital. Apesar disso, o mês de julho registrou uma queda de 4% na bolsa, acompanhada de uma saída líquida de R$ 6,27 bilhões em recursos externos. Esse desempenho negativo foi o mais acentuado desde abril de 2024, quando o saldo negativo atingiu R$ 11,1 bilhões, conforme dados da Elos Ayta.
Leandro Saliba, gestor da AF Invest, enxerga um cenário promissor, com forte potencial de crescimento, principalmente porque o ciclo de juros parece ter chegado ao fim. A expectativa é que a queda dos juros impulsione o crescimento dos lucros das empresas e a expansão dos múltiplos, um cenário que ainda não se reflete nos preços de diversas ações, especialmente as de empresas alavancadas.
Com 19 anos de experiência, a AF Invest administra aproximadamente R$ 4 bilhões em fundos diversificados, abrangendo crédito, multimercado, ações, previdência e imobiliário. A gestora também oferece serviços de carteiras administradas e fundos exclusivos sob sua estrutura de wealth management.
A estratégia de Saliba envolve a divisão da carteira em diferentes grupos de empresas. Entre elas, destacam-se as exportadoras, que possuem receita em dólar e menor dependência da economia local, as pagadoras de dividendos, que são mais sólidas e com menor necessidade de reinvestimento, e as empresas expostas aos juros, mas com alavancagem controlada. Contudo, o foco principal reside nas ações de empresas alavancadas, que tendem a se beneficiar mais da queda da Selic.
Atualmente, cerca de 55% da carteira de Saliba está concentrada em empresas alavancadas. O gestor explica que essas empresas estão sendo negociadas a múltiplos que só foram observados em momentos de crise, mas que os resultados devem apresentar melhoras significativas com a redução das despesas financeiras.
Entre as empresas de destaque na carteira de Saliba, estão a Simpar (SIMH3) e a Movida (MOVI3). No caso da Simpar, a projeção é de um aumento de R$ 200 milhões para R$ 700 milhões no lucro anual, caso a Selic recue dos 15% atuais para 12%. Economistas preveem que a taxa de juros começará a cair entre o final deste ano e o início do próximo. Além disso, há uma exposição significativa no setor de educação, com duas empresas alavancadas que também se beneficiarão da queda dos juros.
Saliba também identifica oportunidades entre as empresas pagadoras de dividendos, como a Melnick (MELK3), uma construtora de Porto Alegre que deve entregar um dividend yield superior a 35% em 2025. Ele destaca que a empresa reduziu seu capital, recomprou ações e ainda planeja distribuir mais dividendos, mantendo um múltiplo atrativo mesmo após uma valorização expressiva no ano.
Outras empresas mencionadas por Saliba são a Allos (ALOS3), proprietária de shoppings, e a Log Commercial Properties (LOGG3), empresa de galpões logísticos do grupo MRV. Ambas enfrentam desafios no curto prazo, mas possuem potencial para destravar valor nos próximos trimestres. A Allos pode se beneficiar da reforma do Imposto de Renda, que pode viabilizar um pagamento de dividendos mais robusto, enquanto a Log ainda lida com uma dívida cara (IPCA + 10% ao ano), mas possui ativos subavaliados.
Embora acompanhe o Ibovespa, Saliba prefere não montar posições com base no índice, que possui um peso significativo em commodities e bancos. O gestor prefere focar nos resultados das empresas, buscando entender quanto de lucro e dividendos é possível adquirir por real investido. A estratégia de Saliba é ver o fundo como uma holding que adquire participação em empresas listadas, visando ganhos no longo prazo através do reinvestimento constante.
Via Money Times
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