Empresários de setores como pesca e construção estão enfrentando dificuldades devido ao tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos. Ricardo Cavalieri, da Master Mares, relata que a situação se tornou inviável e afeta diretamente as exportações.
O CEO da BR Work, Victor Moraes, observa que mais de R$ 30 milhões em projetos foram congelados por causa da incerteza econômica. As empresas estão usando cláusulas de força maior para adiar decisões, dificultando a recuperação no setor.
Além disso, empresas americanas estão realocando suas operações do Brasil devido à alta carga tributária. A repercussão do tarifaço pode impactar o PIB brasileiro, levando empresários a se reestruturarem frente a um cenário desafiador.
Empresários brasileiros de setores variados, como pesca, cosméticos e construção, enfrentam desafios crescentes devido ao tarifaço de Trump no Brasil. Isso se deve à recente imposição de uma tarifa de 50% sobre diversos produtos importados pelos Estados Unidos, afetando significativamente as operações comerciais.
Ricardo Cavalieri, presidente da Master Mares, uma distribuidora de pescados do Rio de Janeiro, expressa a frustração comum entre os empresários: “Com o tarifaço de 50%, simplesmente não temos mais como competir”. Este aumento de impostos afeta diretamente a competitividade dos produtos brasileiros, incluindo cosméticos, café e produtos de base florestal.
Cavalieri destaca que sua empresa, que registrou um faturamento de R$ 60 milhões em 2024, dependia de 40% de suas receitas provenientes das exportações para os Estados Unidos. Agora, após a nova tarifa, ele afirma que “a conta não fecha mais” e que continuar as exportações para o mercado americano se tornou inviável. Desde que a Master Mares começou a abastecer o mercado norte-americano em 2019, a situação mudou drasticamente, obrigando a empresa a explorar novas rotas de mercado para evitar perdas financeiras severas.
Neste cenário, a construção civil também sente os efeitos do tarifaço de Trump no Brasil. Victor Moraes, CEO da empresa BR Work, explica que mais de R$ 30 milhões em projetos foram congelados devido a incertezas econômicas, o que impede o crescimento da empresa em 2025. As companhias estão adiando decisões, utilizando cláusulas de força maior devido à falta de clareza no cenário econômico.
As indústrias também enfrentam a realidade de que a tarifa não é um obstáculo isolado. A combinação de juros altos e a crise em outros setores geram inseguranças adicionais. Moraes acredita que os EUA podem negociar a revogação de tarifas em troca de alívio em impostos sobre produtos americanos, mas a estratégia deve ser inteligente e coordenada.
Além disso, empresas americanas, como a Aegisderma, também estão reassentando suas operações devido ao contexto do tarifaço de Trump no Brasil. A fundadora, Cleo Pillon, optou por encerrar a produção em solo brasileiro, citando alta carga tributária e complexidade logística, optando por se mudar completamente para os Estados Unidos.
Os impactos do tarifaço nas operações dos empresários não se limitam a tarifas exorbitantes, mas também envolvem fechar portas para exportações na Europa, dificultando ainda mais a competição. Um estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais estima que o tarifaço pode reduzir o PIB do Brasil em pelo menos R$ 25,8 bilhões no curto prazo. A economia brasileira terá que se adaptar a essa nova realidade.
Em suma, os empresários brasileiros estão se reestruturando e reinventando seus negócios em um cenário desafiador, onde o tarifaço de Trump no Brasil foi um golpe duro, exigindo resiliência e inovação para superá-lo.
Via Exame