O governo do Paraná está em processo de privatização da Celepar, empresa responsável pela modernização dos serviços públicos no estado. Com mais de 35 aplicativos desenvolvidos, a companhia agora oferece um data room com dados técnicos para potenciais investidores. Esta iniciativa visa concluir a privatização até o final do ano, atraindo o interesse tanto de empresas nacionais quanto estrangeiras.
Desde 2019, a Celepar passou por uma transformação significativa, se modernizando e profissionalizando sua gestão. Antes vista como uma autarquia, a empresa agora busca se sustentar com seus próprios recursos. Nos últimos anos, seu faturamento cresceu 75%, mostrando resultados robustos e tornando-a uma das maiores empresas estatais de tecnologia do Brasil.
Além disso, a Celepar se destaca pela eficiência em serviços como a renovação de CNHs e digitalização de multas de trânsito. A privatização pode ampliar ainda mais esses serviços e trazer investimentos, com o governo já tendo vendido partes de outras estatais. A expectativa é que essa mudança fortaleça a atuação da Celepar no setor de govtech na América Latina.
O governo do Paraná avança no processo de Privatização da Celepar, empresa de tecnologia que moderniza serviços públicos no estado com mais de 35 aplicativos. A Secretaria de Inovação e Inteligência Artificial disponibilizou um data room com dados técnicos, financeiros e operacionais da Celepar para potenciais investidores, que terão acesso até novembro mediante um depósito de R$ 300 mil.
Essa iniciativa ocorre nove meses após a aprovação da lei estadual que autorizou a desestatização da Privatização da Celepar, enfrentando oposição do governo Ratinho Júnior. O secretário de inovação, Alex Canziani, informou que a meta é concluir a desestatização até o final do ano, com interesse de players nacionais e estrangeiros, visando transformar a Celepar na principal govtech da América Latina.
Segundo o secretário, a Celepar passou por uma transformação desde 2019, quando Ratinho Júnior assumiu o governo. Antes, a empresa dependia de recursos do governo, sendo vista internamente como uma autarquia, apesar de ser uma empresa de economia mista.
Fundada em 1964 como Centro Eletrônico do Paraná, a Celepar foi pioneira no uso de computadores para gerir a folha de pagamento do estado. No entanto, enfrentou dificuldades financeiras no início dos anos 2000, com contratos descontrolados e serviços difíceis de expandir.
Nos últimos anos, o governo implementou um modelo de gestão na companhia, determinando que as empresas públicas e de economia mista deveriam se sustentar com seus próprios recursos a partir de 2019. A empresa se modernizou, profissionalizando a gestão e os contratos, que passaram a refletir o consumo real dos serviços.
A Celepar também investiu na criação de ferramentas escaláveis e na melhoria das existentes. Atualmente, grande parte do faturamento da companhia vem da prestação de serviços ao Detran, onde foi responsável pela renovação ou emissão de 1 milhão de CNHs, além de soluções como emplacamento digital e autobiometria facial.
Como resultado, a receita da empresa cresceu 75% de 2021 para 2024, atingindo R$ 495 milhões. No mesmo período, o EBITDA mais que quadruplicou, chegando a R$ 151 milhões, e a margem aumentou 18 pontos percentuais, atingindo 30,6%. O lucro líquido multiplicou por sete em quatro anos, alcançando R$ 132 milhões. Hoje, a Celepar é a segunda maior empresa estadual de TI do país, atrás apenas da Prodesp, de São Paulo.
O governo afirma que a margem líquida da Celepar no ano anterior foi de 26,8%, superior a empresas como Totvs e Stefanini. O vencedor da licitação herdará contratos com o governo, totalizando R$ 2,6 bilhões em 134 contratos ativos. Metade da receita da Celepar provém de serviços prestados ao Detran PR (23%), à Secretária da Fazenda (16%) e à Secretaria de Segurança Pública (11%).
Ademais, 10% do faturamento vêm dos serviços de Gestão de Infrações de Trânsito do estado, desenvolvidos pela própria Celepar. A digitalização do sistema de multas já é utilizada por 35 municípios, substituindo processos físicos por uma plataforma digital integrada. Com essa ferramenta, a Celepar reduziu o tempo de resposta para pedidos de revisão de multas de 750 dias para apenas 7.
Com a Privatização da Celepar, o governo do Paraná busca atrair investimentos e expandir ainda mais o potencial da empresa. Além da Celepar, o governo Ratinho Júnior já vendeu uma fatia de 15% da Copel e a Compagas para a Compass, do grupo Cosan. A próxima na lista deve ser a Ferroeste, que administra 248 quilômetros de ferrovias.
Via Brazil Journal