Desafios na Logística: Escassez de Motoristas de Caminhão no Brasil

Descubra como a Motorista PX conecta motoristas a transportadoras no Brasil, enfrentando a escassez de profissionais.
08/08/2025 às 14:25 | Atualizado há 1 mês
Plataforma para motoristas de caminhão
Motorista PX: conectando motoristas às transportadoras e superando a escassez no Brasil. (Imagem/Reprodução: Exame)

O Brasil enfrenta uma grave falta de motoristas de caminhão, com uma diminuição de 1,1 milhão de profissionais na última década. Essa escassez está ligada à alta idade média dos motoristas e à falta de interesse da nova geração. Empresas de transporte lutam para manter operações, impactando a economia.

A startup Motorista PX, criada em 2019, conecta motoristas autônomos a transportadoras sem exigir que tenham seus próprios caminhões. Com mais de 240 mil motoristas e 1.400 transportadoras parceiras, a plataforma se destaca pela flexibilidade, permitindo que motoristas escolham viagens com base em suas preferências.

O crescimento da Motorista PX, que cresceu 55 vezes em faturamento durante a pandemia, reflete a aceitação do modelo. A empresa para o futuro, projeta alcançar R$ 1 bilhão até 2026, contribuindo economicamente e socialmente ao reintegrar motoristas aposentados e atrair novos talentos.

O Brasil passa por um momento desafiador na logística, com uma considerável escassez de motoristas de caminhão. Dados recentes do SENATRAN apontam que, entre 2013 e 2023, aproximadamente 1,1 milhão de motoristas deixaram de atuar, representando uma queda de cerca de 20% em uma década. Essa situação se agrava com a média de idade dos motoristas, que gira em torno de 54 anos, e a dificuldade da nova geração em se interessar pela profissão. Com isso, as empresas de transporte enfrentam uma batalha para manter suas operações e, consequentemente, o fluxo econômico do país.

Em resposta a essa lacuna no mercado, surge a Plataforma para motoristas de caminhão chamada Motorista PX, fundado em 2019 por André Oliveira e seu sócio Djefrei Pasch, um ex-motorista de caminhão. A ideia nasceu da percepção de Pasch sobre a falta de novos profissionais no setor e o envelhecimento da classe. Oliveira menciona que a startup não exige que os motoristas tenham veículos ou paguem taxas, oferecendo uma alternativa viável para lidar com a carência de motoristas.

A plataforma funciona conectando motoristas autônomos registrados como MEI a companhias de transporte. Ao contrário de serviços como Uber, que exigem que os motoristas tenham seus próprios veículos, na Motorista PX, as transportadoras disponibilizam os caminhões. Essa flexibilidade permite que motoristas escolham as viagens que desejam fazer com base em critérios variados, como datas e destinos.

Atualmente, a Plataforma para motoristas de caminhão conta com mais de 240 mil motoristas cadastrados e cerca de 1.400 transportadoras parceiras em todo o Brasil. O crescimento da empresa é notável, com sua participação no ranking EXAME Negócios em Expansão, onde conquistaram o segundo lugar na categoria de R$ 150 a 300 milhões em receita.

A pandemia foi um período decisivo para a evolução da Motorista PX. Com o fechamento de operações e a doença que afetou muitos motoristas com vínculo CLT, a startup se tornou uma opção prática para transportadoras que precisavam urgentemente mover mercadorias. Em 2021, a empresa viu um crescimento de 55 vezes em seu faturamento, o que demonstrou a aceitação do modelo de trabalho flexível.

Além de seu impacto econômico, a Motorista PX desempenha um papel social, ajudando a reintegrar motoristas aposentados ao mercado e atraindo uma nova geração para a carreira. A jovem força de trabalho, que busca mais flexibilidade e qualidade de vida, vê na plataforma uma oportunidade de se reintegrar e se desenvolver no setor de transporte. A empresa também investe em treinamentos voltados para motoristas de veículos elétricos, alinhando-se a práticas de sustentabilidade.

Com um aumento de 143% em crescimento de receita em 2024 e um faturamento de R$ 180 milhões, a Motorista PX atraiu investimentos de R$ 11 milhões da Caravela Capital e R$ 45 milhões da Monashees. O CEO, Oliveira, espera que a empresa alcance R$ 350 milhões este ano e faça uma projeção de um faturamento de R$ 1 bilhão até 2026, um objetivo audacioso para a startup que visa expandir ainda mais suas operações e soluções no setor.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.