Transformação dos Shoppings: Novos Perfis e Resultados

Entenda como a reinvenção dos shoppings influencia vendas e perfis de consumo no Brasil.
09/08/2025 às 12:21 | Atualizado há 2 meses
Mix de lojas
Transformação urbana: do vestuário para vivências gastronômicas e de bem-estar. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

Os shoppings centers no Brasil estão passando por uma transformação significativa. O foco, que antes era em vestuário, agora inclui experiências gastronômicas e serviços de bem-estar. Essa mudança, impulsionada pela pandemia, ajudou a manter altos índices de ocupação e crescimento nas vendas.

De acordo com a Abrasce, o segmento de alimentação e bebidas já ultrapassou o vestuário em termos de diversidade de marcas. Em 2024, a alimentação representava 20% do total de lojas em shoppings, com mais de 4.400 marcas. A pesquisa revela que 21% dos consumidores visitam shoppings motivados por opções gastronômicas.

As empresas, como Multiplan, Allos e Iguatemi, estão se adaptando a esse novo cenário. Elas registram aumento nas vendas e no fluxo de visitantes, mesmo diante de desafios econômicos. O foco na experiência do consumidor e na diversidade de serviços tornou-se essencial para garantir fidelização e recorrência.
Os shoppings centers estão passando por uma notável transformação. O foco antes centrado em vestuário e lojas tradicionais, agora se expande para incluir experiências gastronômicas, espaços de bem-estar e serviços de conveniência. Essa mudança estrutural, intensificada desde a pandemia, tem ajudado os shoppings a manterem bons índices de ocupação e a crescerem em vendas.

A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) destaca que a principal mudança no mix de lojas na última década é a ascensão da categoria de Alimentação e Bebidas. Esse segmento ultrapassou o vestuário como líder em número de marcas. Em 2024, a alimentação já representava 20% do total de lojas em shoppings, com mais de 4.400 marcas.

Essa reconfiguração reflete uma mudança no comportamento do consumidor. Atualmente, as pessoas buscam mais do que produtos, querem experiências. Uma pesquisa da Abrasce mostra que 21% dos consumidores já vão ao shopping motivados pela alimentação. Além disso, 82% consideram a variedade de restaurantes um fator decisivo para escolher qual shopping frequentar.

Os shoppings estão se adaptando para serem pontos de conveniência e experiência, indo além das compras. Em 2023, o setor bateu recorde de vendas, com R$ 212,7 bilhões. A tecnologia também tem um papel importante nessa transformação. O uso de inteligência de dados e análise de comportamento de consumo permite uma gestão mais eficiente do mix de lojas.

Essa mudança estratégica está alinhada a fatores macroeconômicos. Com consumidores mais seletivos, os shoppings precisam atrair mais visitas e garantir a recorrência. A revisão do mix de lojas contribui para aumentar o tempo de permanência e a frequência de retorno dos clientes. Serviços de saúde, bem-estar, lazer e conveniência se tornaram âncoras importantes no varejo físico.

Empresas listadas na B3, como Multiplan (MULT3), Iguatemi (IGTI11) e Allos (ALOS3), têm visto o impacto positivo dessa transformação em seus resultados. Elas registram altas consistentes nas vendas nas mesmas lojas (SSS), no fluxo de visitantes e na receita de locação. Mesmo com juros elevados e desaceleração no crédito, o setor se mantém resiliente.

A Multiplan, com mais de 20 empreendimentos, redesenhou seu mix de lojas com base em dados que identificam padrões de comportamento e perfis de consumo. A empresa destacou que, desde a pandemia, a estratégia evoluiu para enxergar o shopping como um espaço de convivência e serviços, além do consumo.

A Allos, que administra 55 shoppings, investe em segmentos como alimentação, cosméticos, lazer e serviços de conveniência. Entre 2023 e 2024, o segmento de alimentos e bebidas cresceu 11,3% em vendas e 6,8% no número de lojas. A empresa também aposta na sustentabilidade, com a implantação de eletropostos para carros elétricos.

A Iguatemi tem fortalecido seus resultados com uma gestão estratégica do mix de lojas, trazendo marcas exclusivas como Sephora e Dolce & Gabbana. Essa estratégia elevou o ticket médio, aumentou a frequência e prolongou o tempo de permanência dos clientes. No segundo trimestre de 2025, o lucro líquido ajustado da companhia foi de R$ 208,5 milhões, um crescimento de 95,7%.

Com a evolução contínua do varejo, os shoppings buscam inovar e diversificar suas ofertas. O objetivo é proporcionar experiências completas e integradas, atraindo e fidelizando os consumidores em um mercado em constante transformação.

Via Money Times

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.