As tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil em agosto despertaram atenção na mídia. A revista britânica The Economist afirma que essas medidas têm caráter simbólico e não mudam a realidade econômica. Apesar de uma alíquota de 50%, a análise sugere que a motivação principal é política, ligando-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A Economist destaca que medidas similares estavam sendo aplicadas a outros países, como a Índia, revelando um padrão de Trump em usar tarifas para influenciar questões internas. O governo brasileiro, liderado por Lula, busca negociações para minimizar os danos, com uma lista de exceções e um pacote de ações em preparação.
O panorama sugere que, apesar das tensões, Lula pode usar essa situação politicamente a seu favor, assim como outros líderes. A postura brasileira poderá ser vital para mitigar os impactos negativos e evitar uma escalada nas relações comerciais, enfatizando a negociação com aliados do BRICS.
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A recente imposição de tarifas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos brasileiros ganhou destaque na mídia. A revista britânica The Economist avaliou a medida, que entrou em vigor em 6 de agosto, como mais um gesto simbólico do que uma ação com impacto econômico real. Vamos entender melhor o que está por trás dessa decisão e suas possíveis consequências.
De acordo com a publicação, embora o Brasil tenha sido atingido por uma alíquota de 50% – considerada uma das mais elevadas globalmente – a motivação por trás dessa taxação parece ser primariamente política. Ao anunciar as tarifas, Trump fez referência à situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está sob prisão domiciliar e enfrenta julgamento por alegações de tentativa de golpe de Estado. Trump justificou as Tarifas de Trump contra o Brasil como uma resposta a uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro.
A revista The Economist destaca que o Brasil não foi o único país a ser alvo de medidas com motivações políticas. A Índia, por exemplo, enfrenta uma taxa similar devido à compra de petróleo russo. Além disso, Trump teria alertado o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, de que o reconhecimento de um Estado palestino poderia dificultar as negociações comerciais. No entanto, a publicação aponta o caso brasileiro como o exemplo mais evidente do uso do comércio como ferramenta para influenciar assuntos internos de outro país.
A medida assinada por Trump adiciona uma tarifa recíproca de 10% a uma sobretaxa específica de 40%, que se aplica a cerca de 35% das exportações brasileiras para os EUA. Para minimizar os impactos imediatos no Produto Interno Bruto (PIB), uma lista de 694 exceções foi estabelecida. O governo brasileiro aposta em negociações setoriais para atenuar ainda mais os efeitos das tarifas.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva também está preparando um conjunto de ações para reduzir os efeitos das Tarifas de Trump contra o Brasil. O anúncio oficial do pacote de medidas está previsto para breve, conforme informações do vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin.
Ainda segundo a revista The Economist, o principal ponto de atenção reside nas possíveis reações de Lula. Em 6 de agosto, o presidente afirmou que consultaria outros membros do BRICS sobre formas de combater as tarifas impostas por Trump. Essa postura pode desencadear uma escalada nas tensões comerciais. Trump já se referiu ao grupo como “anti-americano” e ameaçou impor uma tarifa adicional de 10% sobre os produtos dos países membros durante a cúpula do BRICS no Rio de Janeiro. Além disso, durante sua campanha eleitoral, Trump chegou a propor uma tarifa de 100% caso os membros do bloco tentassem abandonar o dólar em acordos comerciais.
A publicação conclui que confrontar Donald Trump pode trazer benefícios políticos. O posicionamento firme de Mark Carney, por exemplo, contribuiu para impulsionar sua popularidade e garantir uma vitória para o Partido Liberal nas eleições gerais do Canadá. Os números de Lula nas pesquisas também têm apresentado melhora desde que Trump começou a mirar o Brasil, e o presidente tem se apresentado como um defensor da soberania nacional. Os danos causados pelas Tarifas de Trump contra o Brasil podem ser limitados, e Lula pode continuar a capitalizar os benefícios de ser atacado por Trump, evitando transformar a situação em um conflito ainda maior.
Diante desse cenário, o Brasil busca estratégias para mitigar os impactos das tarifas e evitar uma escalada nas tensões comerciais com os Estados Unidos. A negociação e a busca por alternativas junto aos parceiros do BRICS são caminhos que podem ser explorados para defender os interesses do país.
Via InfoMoney
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