As ações da Petrobras sofreram uma queda significativa após a divulgação do balanço do segundo trimestre, resultando em uma perda de R$ 32 bilhões em valor de mercado. Os investidores ficaram decepcionados com os dividendos, que ficaram abaixo das expectativas, totalizando R$ 8,7 bilhões, enquanto as projeções eram de até R$ 11,9 bilhões.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a empresa está investindo em projetos atrativos, mas esse foco pode não atender às expectativas dos acionistas, que preferem dividendos. Apesar do lucro líquido de R$ 26,65 bilhões, a insatisfação do mercado levou a uma penalização das ações e a um aumento da dívida bruta da empresa para US$ 68 bilhões.
Além disso, a decisão da Petrobras de voltar ao mercado de GLP tem gerado controvérsias, especialmente porque a empresa se desfez da Liquigás em 2021. Embora a queda no valor de mercado seja alarmante, a operação da Petrobras continua eficiente e com fundamentos sólidos, refletindo uma realidade complexa no cenário econômico.
Após a divulgação do balanço do segundo trimestre, as ações da Queda das ações da Petrobras sofreram um impacto considerável, resultando em uma perda de R$ 32 bilhões em valor de mercado. Esse movimento foi desencadeado pelo anúncio de dividendos abaixo das expectativas do mercado. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, respondeu à situação, buscando reafirmar a confiança na estatal.
A Petrobras apresentou um lucro líquido de R$ 26,65 bilhões no período, revertendo o resultado negativo de R$ 2,6 bilhões do mesmo trimestre de 2024. Houve um avanço de 5% na produção trimestral. A frustração dos investidores se deu em relação ao valor dos dividendos, que ficaram em R$ 8,7 bilhões, abaixo das projeções que variavam de R$ 10,9 bilhões a R$ 11,9 bilhões.
Magda Chambriard enfatizou que a Petrobras está acelerando os investimentos em projetos de alta atratividade. Essa estratégia pode não ser totalmente alinhada com as preferências dos investidores, que geralmente priorizam a distribuição de receita aos acionistas em vez de reinvestimentos. No primeiro semestre, foram destinados R$ 48,8 bilhões para investimentos, um aumento de 49% em relação a 2024.
Analistas do mercado financeiro apontam que, embora a Petrobras apresente fundamentos sólidos, a afirmação da presidente sobre o sucesso da empresa não é tão simples. A distribuição de valor aos acionistas não atendeu às expectativas, especialmente em um ano de forte desvalorização das ações. O mercado tende a penalizar os papéis com mais intensidade.
Relembrando o desempenho financeiro de 2024, o lucro líquido da Petrobras foi de R$ 7,5 bilhões, representando uma queda de 70,6% em comparação com 2023. A variação cambial em dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior foi um dos fatores para esses números. A desvalorização do Brent, a diferença entre os preços do petróleo bruto e do diesel, a transição tributária federal e o volume de produção de petróleo também influenciaram o resultado.
No último trimestre, a desvalorização do Brent continuou a afetar as contas da empresa. Por outro lado, a produção atingiu recordes, os custos operacionais foram reduzidos e a execução se manteve eficiente. Relatórios de bancos como BTG Pactual, JP Morgan, Itaú BBA, XP, Citi e Genial corroboram essa análise.
Do ponto de vista operacional, a produção cresceu 5% em relação ao trimestre anterior, impulsionada pelo pré-sal, e o custo de extração diminuiu para US$ 3,83 por barril, devido à redução de intervenções em poços, gastos com inspeção submarina e custos logísticos. O EBITDA ajustado ficou em linha com as expectativas, mesmo com o Brent 10% mais barato.
Os investimentos seguiram robustos, totalizando R$ 91 bilhões em 2024 e R$ 25,1 bilhões no último trimestre, elevando o total do semestre para R$ 48,8 bilhões. O mercado demonstra insatisfação com o aumento da dívida e as características do caixa da empresa. O fluxo de caixa livre foi de R$ 19,2 bilhões, abaixo das projeções dos bancos, o que impactou o dividendo ordinário, que caiu para R$ 8,7 bilhões.
O aumento da dívida bruta para US$ 68 bilhões também chamou a atenção, atingindo um nível acima de US$ 65 bilhões pela primeira vez em muito tempo. A empresa tem um teto de US$ 75 bilhões definido para o ano corrente, e apesar de estar abaixo desse limite, a divida ainda preocupa.
A decisão da Petrobras de retornar ao mercado de GLP, aprovada pelo conselho de administração, gerou controvérsia. O mercado questiona essa investida, lembrando que a Petrobras se desfez da Liquigás em 2021, uma distribuidora de gás de cozinha com 21,4% do mercado e presença em todos os estados brasileiros. A retomada ao mercado de GLP tem baixa margem e envolve riscos regulatórios e operacionais.
Apesar da queda bilionária no valor de mercado, os fundamentos da Petrobras permanecem sólidos, com uma operação eficiente, um portfólio de ativos robusto e uma avaliação atraente. A reação do mercado parece ser um reflexo da sensibilidade dos investidores a qualquer redução nos dividendos, que historicamente eram elevados.
Via Forbes Brasil