Daly questiona corte de 0,50 p.p. na taxa de juros do Fed

Mary Daly do Fed indica que corte de juros pode não ser justificado, gerando debate sobre política monetária nos EUA.
14/08/2025 às 09:01 | Atualizado há 1 mês
Corte na taxa de juros
Mary Daly do Fed de San Francisco questiona corte de 50 pontos-base na taxa de juros. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

Mary Daly, presidente do Federal Reserve de São Francisco, levantou preocupações sobre o corte de 50 pontos-base na taxa de juros em setembro. Segundo ela, essa medida poderia criar uma falsa urgência quanto à saúde do mercado de trabalho nos EUA.

Daly observa que essa diferença de opiniões dentro do Fed reflete a complexidade atual da economia. Enquanto alguns membros do banco central defendem cortes para estimular a economia, outros, como ela, sugerem cautela diante das incertezas.

A pressão por decisões rápidas no Fed pode aumentar com influências políticas, incluindo do governo e do secretário do Tesouro. A batalha entre ações mais agressivas e uma postura prudente terá impactos significativos sobre a economia americana.
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A presidente do Federal Reserve de São Francisco, Mary Daly, expressou dúvidas sobre a necessidade de um corte na taxa de juros de 50 pontos-base na próxima reunião de setembro. A declaração foi reportada pelo Wall Street Journal, indicando uma possível divergência dentro do banco central americano sobre o ritmo ideal de ajuste da política monetária.

Daly manifestou preocupação de que um corte tão acentuado pudesse transmitir uma sensação de urgência injustificada sobre a saúde do mercado de trabalho nos EUA. “Cinquenta parece, para mim, como se estivéssemos vendo uma urgência – estou preocupada que isso enviaria um sinal de urgência que eu não sinto sobre a força do mercado de trabalho”, afirmou Daly em entrevista ao Journal.

A visão de Mary Daly sobre o corte na taxa de juros

A postura de Daly diverge da crescente expectativa de alguns membros do Fed, que parecem mais inclinados a considerar um corte na taxa de juros já em setembro, diante de sinais de moderação inflacionária e preocupações com o mercado de trabalho. Essa mudança de tom dentro do banco central tem gerado debates e diferentes interpretações sobre o futuro da política monetária americana.

Ainda segundo o Wall Street Journal, Daly apoiou a decisão do Fed de manter a taxa de juros inalterada na reunião anterior. Contudo, ela sinalizou que poderia defender um corte na taxa de juros em setembro, caso as pressões inflacionárias se mostrem mais brandas e as condições do mercado de trabalho continuem a se moderar.

Daly argumenta que a política monetária atual parece excessivamente restritiva para o momento econômico. “A política monetária parece ser muito restritiva para o rumo que a economia está tomando. Portanto, para mim, isso exige uma recalibragem”, explicou Daly ao Journal, defendendo uma transição gradual para uma postura mais neutra ao longo do próximo ano.

Pressões e influências no corte na taxa de juros

O debate sobre o corte na taxa de juros ganha contornos políticos com a pressão do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que tem defendido abertamente essa medida. Além disso, o governo está em busca de um substituto para o atual presidente do Fed, Jerome Powell, com uma lista de candidatos que já chegou a 11 nomes.

O presidente dos EUA, Donald Trump, também tem exercido pressão por uma política de juros mais baixos, o que adiciona um elemento de tensão à discussão sobre o futuro da política monetária. A decisão final sobre o corte na taxa de juros em setembro dependerá da análise dos dados econômicos e da avaliação dos riscos e oportunidades para a economia americana.

Enquanto alguns membros do Fed mostram-se mais propensos a um corte na taxa de juros como forma de estimular a economia, outros, como Mary Daly, defendem uma abordagem mais cautelosa, ponderando os potenciais impactos sobre o mercado de trabalho e a estabilidade financeira.

Via Money Times

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.