Banco do Brasil apresenta resultados preocupantes no segundo trimestre

Banco do Brasil reporta ROE de 8,4% e revisão nas projeções de lucro, impactando os dividendos e atraindo preocupações dos investidores.
15/08/2025 às 11:42 | Atualizado há 1 mês
Queda de dividendos
Queda moderada devido à antecipação de resultados do Banco Central. (Imagem/Reprodução: Braziljournal)

O Banco do Brasil (BB) divulgou resultados insatisfatórios no segundo trimestre, com um Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) de 8,4%. A instituição financeira também fez uma revisão para baixo na projeção de lucro e anunciou um corte nos dividendos, o que pode desestimular investidores que buscam rentabilidade. A queda expressiva das ações do BB evidencia a reação negativa do mercado em relação a esses resultados.

Os dados financeiros indicam que as ações do banco caíram acentuadamente, indo ao encontro de um mercado já cauteloso. A análise revelou que os resultados ficaram 30% abaixo das previsões, levando a uma deterioração significativa nas expectativas para o lucro anual. Essa situação é agravada pelos desafios enfrentados no agronegócio, que pressionou a qualidade dos ativos do banco.

Além disso, o aumento das provisões para perdas e a revisão das metas para o lucro anual representam um cenário complicado para a instituição. A CEO Tarciana Medeiros mencionou que o terceiro trimestre deverá ser ainda mais desafiador, com a expectativa de leve recuperação apenas no fim do ano. A recomendação de cautela por parte dos analistas reflete o sentimento de incerteza em torno da rentabilidade das ações do BB.
O Banco do Brasil (BB) apresentou um desempenho abaixo do esperado no segundo trimestre, com um Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) de apenas 8,4%. Diante desse cenário, a instituição financeira revisou para baixo sua projeção de lucro para o ano e anunciou uma redução nos dividendos, um dos principais atrativos para seus investidores. Essa decisão impactou negativamente o valor das ações do banco no mercado.

Os resultados apresentados ficaram 30% abaixo das estimativas do mercado, já consideradas pessimistas. As ações do BB sofreram uma queda acentuada após a divulgação dos dados, somando-se a um declínio de 17% desde o início do ano. A reação do mercado foi atenuada pela divulgação prévia de dados do Banco Central, que indicavam um lucro de apenas R$ 500 milhões em maio.

O lucro líquido ajustado do Banco do Brasil foi de R$ 3,8 bilhões, com um ROE de 8,4%. Em comparação com o ano anterior, houve uma queda de 65% no resultado final, e de 49% em relação ao trimestre anterior. O agronegócio, setor com grande representatividade na carteira do banco, exerceu pressão sobre os resultados. A taxa de NPL (Non-Performing Loans) de 90 dias da carteira agro aumentou 45 pontos base no trimestre, atingindo 3,5%, o que contribuiu para a deterioração geral da qualidade dos ativos do BB. No total, o NPL de 90 dias do banco subiu 35 pontos base, alcançando 4,2%.

A piora na qualidade dos ativos resultou em um aumento de 74% nas provisões para perdas, totalizando R$ 17,4 bilhões. Diante desse cenário, o BB ajustou seu guidance para o lucro anual, que passou de R$ 25 bilhões para uma faixa entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões. Alguns analistas consideram essa nova projeção ainda otimista.

A CEO do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, declarou que o banco deve enfrentar um resultado “mais estressado” no terceiro trimestre devido aos desafios no agronegócio, com uma possível melhora apenas no final do ano. Para preservar a liquidez, o BB também anunciou uma redução no seu payout, de 40%-45% para 30%, o que resultará em uma queda de dividendos previstos para o ano.

Segundo cálculos do BTG, caso o Banco do Brasil atinja o limite inferior do novo guidance, suas ações seriam negociadas a 5,4 vezes o lucro anual, com um dividend yield de 5,5%. No ano anterior, esse índice ultrapassou os 10%. Apesar do múltiplo aparentemente baixo, o BTG recomenda cautela em relação às ações do banco, diante da deterioração dos resultados. A recomendação é evitar investir, já que a recuperação pode ser lenta.

Via Brazil Journal

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.