A competição entre o Airbus A320 e o Boeing 737 marca um momento decisivo para a aviação comercial. A Airbus anunciou que as entregas do A320 estão prestes a superar as do 737, com apenas 20 aeronaves de diferença, segundo dados da Cirium. Este fato representa um marco importante na história da aviação, iniciada na década de 1980, quando a Airbus entrou no mercado com o A320.
Max Kingsley-Jones, da Cirium, destacou a ascensão do A320 nos últimos anos, que já ultrapassa as entregas anuais do 737. Isso não apenas coloca a Airbus como forte concorrente, mas também indica a evolução das preferências do mercado por aeronaves mais eficientes. A Airbus, superando dificuldades iniciais, soube aproveitar o aumento da demanda por jatos de corredor único, especialmente na aviação comercial americana.
Além de superações, a disputa entre A320 e 737 levanta questões sobre o futuro das duas gigantes da aviação. A Airbus já planeja novos modelos, incluindo uma possível aeronave movida a hidrogênio, enquanto a Boeing busca recuperação. Este embate continua a moldar a indústria, impulsionando inovações que visam atender as demandas crescentes do setor.
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A competição entre A320 contra 737 é um marco na história da aviação comercial. Em 1981, quando a Airbus anunciou seu novo jato de corredor único para desafiar a Boeing, o 737 já reinava absoluto. Quase quarenta anos depois, o A320 está prestes a superar o 737 em número de entregas, conforme dados da consultoria Cirium. No início de agosto, a diferença era de apenas 20 unidades, com a Airbus somando 12.155 aeronaves entregues. A expectativa é que essa marca seja ultrapassada em breve.
Max Kingsley-Jones, da Cirium Ascend, comentou em suas redes sociais sobre a ascensão do A320 e a superação do 737. O sucesso do A320 demonstra a trajetória da Airbus, que se consolidou como uma concorrente de peso, superando a Boeing. No começo dos anos 2000, as entregas anuais do A320 e suas variações já ultrapassavam as da família 737, e em 2019, os pedidos totais também seguiram essa tendência. No entanto, o 737 ainda mantinha o recorde histórico de entregas.
A Airbus enfrentou muitos obstáculos no início de sua jornada. Fundada em 1970 como um consórcio de fabricantes europeus com suporte governamental, a empresa lidava com divergências internas e a necessidade de equilibrar os interesses políticos de França e Alemanha. Mesmo assim, a Airbus sabia que precisava entrar no mercado de aeronaves narrowbodies, as mais utilizadas na aviação comercial para conectar cidades em rotas de curta distância.
A Airbus aproveitou o aumento dos custos de combustível e a desregulamentação do setor aéreo nos EUA no final dos anos 1970, atendendo à demanda das companhias aéreas americanas por um novo modelo de corredor único. Para se destacar, a Airbus inovou com controles digitais fly-by-wire, mais leves que os sistemas hidráulicos, substituiu o manche central por um side-stick, aumentou a altura da aeronave em relação ao solo e ofereceu diferentes opções de motores.
A estratégia da Airbus se mostrou correta. Hoje, os modelos A320 e 737 representam cerca de metade da frota global em operação. O sucesso do A320 contrasta com o A380, que não obteve o mesmo desempenho comercial. A Boeing, por sua vez, acertou ao investir em modelos menores e mais versáteis, como o 787 Dreamliner.
A disputa entre A320 contra 737 levanta questionamentos sobre a continuidade do duopólio Airbus-Boeing, já que ambas as empresas optaram por melhorias incrementais em vez de projetos totalmente novos. A Airbus saiu na frente com o A320neo, que apresenta motores mais eficientes, reduzindo os custos de combustível. A Boeing, pressionada, lançou o 737 Max, mas a adaptação resultou em falhas, incluindo o sistema MCAS, que contribuiu para dois acidentes fatais e a suspensão global do modelo por 20 meses a partir de 2019.
Recentemente, a Airbus enfrentou problemas com os motores Pratt & Whitney do A320neo, que exigiram revisões adicionais e deixaram várias aeronaves paradas. Analistas se perguntam qual será o próximo passo, considerando que ambos os modelos estão próximos do limite de sua evolução. A China tenta entrar no mercado com o Comac C919, mas ainda aguarda certificação na Europa e nos EUA.
Kelly Ortberg, CEO da Boeing, declarou que a empresa está trabalhando em um novo modelo, mas depende de avanços nos motores e da recuperação financeira. A Airbus, em uma posição mais favorável, analisa novas opções de design. Guillaume Faury, CEO da Airbus, mencionou a possibilidade de lançar uma aeronave movida a hidrogênio com design de asa voadora na década de 2030, mas agora o foco é um sucessor mais convencional para o A320.
Durante o Paris Air Show, Faury descreveu o A320 como uma “plataforma bastante antiga” e confirmou planos de lançar um substituto até o final desta década, com previsão de entrada em serviço em meados dos anos 2030. Ele ressaltou seu compromisso em preparar a próxima geração de aeronaves de corredor único.
A competição entre o A320 contra 737 continua a moldar o futuro da aviação comercial, impulsionando inovações e estratégias que visam atender às crescentes demandas do setor.
Via InvestNews
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