O Federal Reserve, conhecido como Fed, enfrenta pressões crescentes de Donald Trump para cortar as taxas de juros. A pergunta é: o que aconteceria se Trump decidisse demitir Jerome Powell, o atual presidente do Fed? A demissão não apenas colocaria em xeque a credibilidade da política monetária, mas também levantaria preocupações sobre a independência do banco central americano.
Esse cenário levanta questões sobre a legalidade da demissão. A legislação americana diz que membros do Fed só podem ser destituídos por justa causa, o que inclui ineficiência, mas não divergências políticas. Quando presidentes anteriores enfrentaram chefs do Fed, o desfecho sempre teve profundas consequências na economia americana e na confiança do mercado.
A demissão de Powell poderia abalar a credibilidade do Fed e provocar reações adversas nos mercados financeiros. A pressão sobre o dólar e o mercado de dívida do Tesouro pode aumentar, enquanto a inflação poderia se tornar uma preocupação crescente. Os especialistas alertam que esta situação poderia abrir precedentes perigosos para a autonomia do Fed.
O Federal Reserve (Fed) tem mantido as taxas de juros estáveis, contrariando as pressões de Donald Trump por cortes. Essa divergência levanta questões sobre a autonomia do Fed e o que aconteceria se Trump decidisse remover Jerome Powell do cargo. A possível demissão do chefe do Fed gera debates sobre as consequências para a economia e a credibilidade da política monetária americana.
Trump tem pressionado por reduções drásticas nas taxas de juros, na ordem de 3 pontos percentuais. Suas críticas e ameaças a Jerome Powell colocam em xeque a independência do banco central. A situação levanta a seguinte questão: o presidente dos EUA tem o poder de demitir o chefe do Fed antes do término de seu mandato?
A legislação americana estabelece que os membros do Conselho de Governadores do Fed, incluindo o presidente, só podem ser destituídos “por justa causa”. Isso geralmente se refere a ineficiência ou negligência no cumprimento do dever, não a divergências políticas. A lei visa proteger a autonomia do Fed, blindando seus funcionários de demissões arbitrárias.
Existem precedentes históricos de atritos entre presidentes dos EUA e chefes do Fed. Após a Segunda Guerra Mundial, Harry Truman e Marriner Eccles divergiram sobre as taxas de juros. Em 1948, Truman não renovou o mandato de Eccles como presidente, rebaixando-o a vice-presidente. Décadas depois, Lyndon Johnson pressionou William Martin para manter as taxas baixas durante a Guerra do Vietnã.
A autonomia do Fed é essencial para evitar a politização da política monetária. Um banco central independente é mais crível, o que ajuda a ancorar as expectativas do mercado. Além disso, a independência do Fed ajuda a prevenir a inflação descontrolada, garantindo decisões baseadas em dados, e não em pressões políticas de curto prazo.
Caso Trump consiga demitir Powell, o mercado financeiro pode reagir negativamente. A credibilidade do Fed em sua capacidade de ancorar expectativas pode ser abalada. Isso pode gerar pressão sobre a credibilidade do dólar americano e do mercado de dívida do Tesouro dos EUA, além de provocar um aumento das taxas de juros a prazo e uma queda no mercado de ações.
A economista-chefe da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro, aponta que a demissão do chefe do Fed poderia gerar insegurança jurídica, já que os mandatos dos membros do FOMC são estabelecidos desde a década de 1930. Além disso, as expectativas de inflação de curto, médio e longo prazo poderiam piorar, com um aumento do repasse de custos nos preços finais.
Leonel Mattos, analista da StoneX, argumenta que Trump tem usado Powell como “bode expiatório” para culpar por notícias negativas sobre a economia. Se Trump o demitir, perderá essa desculpa. Além disso, a decisão mostraria que a Casa Branca está disposta a atacar e até demitir membros que não se alinham às suas expectativas.
Apesar dos riscos e incertezas jurídicas, a **demissão do chefe do Fed** por Trump abriria um precedente perigoso, permitindo que a prática se repetisse no futuro. Isso significaria que o Fed deixaria de ser o Fed como o conhecemos, com sérias consequências para a economia americana e a estabilidade financeira global.
Via Forbes Brasil
