A Mahta, foodtech focada em alimentos da Amazônia, recebeu um aporte de R$ 20 milhões do Fundo da Biodiversidade da Amazônia. Este financiamento será utilizado para expandir a equipe e desenvolver novos produtos a partir de ingredientes amazônicos.
Com o investimento, a startup pretende aumentar sua presença no varejo e diversificar sua oferta de produtos. Atualmente, a empresa já utiliza 15 insumos da região e busca criar um portfólio ainda mais atraente para os consumidores.
A Mahta visa também dobrar seu faturamento mensal, alcançando R$ 2 milhões. O foco está na sustentabilidade e na geração de impacto positivo nas comunidades locais, reforçando a importância do uso consciente dos recursos da Amazônia.
“`html
A foodtech Mahta, focada no desenvolvimento de alimentos em pó a partir de ingredientes da Amazônia, anuncia um marco significativo em sua trajetória. A empresa, que surgiu em 2019, acaba de garantir um aporte de R$ 20 milhões do Fundo da Biodiversidade da Amazônia (ABF), gerido pela Impact Earth. Este fundo conta com investimentos de grandes nomes como BNDES, Soros Economic Development Fund, L’Oréal Fund for Nature Regeneration, CGIAR e ASN Impact Investors.
Este investimento representa a maior rodada de captação já recebida pela Mahta. O objetivo é claro: expandir a equipe de pesquisa, fortalecer a rede de fornecedores e iniciar as vendas em grandes redes de varejo. Atualmente, a startup concentra suas vendas em assinaturas online, um modelo que proporciona previsibilidade na produção e permite o repasse antecipado de recursos às comunidades fornecedoras.
A Mahta surgiu a partir da descoberta de uma proteína vegetal em um subproduto da castanha-do-pará. A torta, antes descartada após a extração do óleo para a indústria cosmética, passou a ser utilizada pela startup. Assim, transformou-se em um suplemento em pó, gerando renda para as cooperativas locais e reduzindo o desperdício.
Desde então, a empresa ampliou seu portfólio, criando fórmulas que combinam frutas e castanhas da Amazônia. Atualmente, a Mahta utiliza 15 insumos de diversas regiões da Amazônia Legal, incluindo cacau, bacuri e cumaru. A produção é realizada através da liofilização, uma técnica de desidratação que preserva os nutrientes e é utilizada até em alimentos para missões espaciais.
De acordo com Max Petrucci, fundador e CEO da Mahta, o aporte de R$ 20 mi será investido em projetos de pesquisa e na expansão da equipe, que hoje conta com nove especialistas, incluindo três doutores. A diversificação da oferta de produtos com maior valor agregado também é uma prioridade, visando aumentar as margens de lucro e atrair novos consumidores.
A empresa espera dobrar seu faturamento mensal ainda este ano, atingindo a marca de R$ 2 milhões. Para alcançar essa meta, a Mahta planeja expandir seus canais de distribuição, com a entrada no varejo sendo fundamental para competir com outras marcas do setor. O diferencial da Mahta, segundo Maria Laura Florido, gerente de investimentos da Impact Earth, é a variedade de ingredientes amazônicos utilizados e o processamento realizado na região de origem.
O modelo de negócio da Mahta busca reduzir a pressão sobre as monoculturas, diversificando as fontes de renda das comunidades locais. Além disso, a expansão internacional é vista como uma forma de fortalecer essa estratégia, com a empresa já recebendo consultas de representantes dos Emirados Árabes, Europa e Austrália em feiras no Brasil.
O ABF (Fundo da Biodiversidade da Amazônia) possui R$ 250 milhões sob gestão e foi criado para apoiar pequenas e médias empresas com atuação socioambiental na Amazônia Legal. Diferente dos fundos tradicionais, o ABF pode utilizar diferentes instrumentos, como equity, dívidas atreladas a receitas futuras e participação em créditos de carbono.
No caso da Mahta, a operação foi estruturada em um modelo híbrido, combinando dívida com juros abaixo da Selic e participação nos lucros. O objetivo é alinhar a sustentabilidade financeira da empresa com a geração de impacto socioambiental. Além do capital, a Impact Earth acompanha a implementação de métricas de impacto, monitorando os resultados sociais, ambientais e financeiros até 2030.
Um dos indicadores definidos é a porcentagem do faturamento que retorna diretamente aos produtores amazônicos. O papel do fundo vai além do investimento financeiro, contribuindo para a criação de cadeias de fornecimento sustentáveis em uma região onde a pressão por extrativismo e uso de commodities ainda é grande. Este aporte de R$ 20 mi demonstra um compromisso com o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Via Startupi
“`