A Kalshi, cofundada pela brasileira Luana Lopes Lara, revolucionou o mercado de apostas nos EUA ao permitir que clientes apostem em eventos esportivos, mesmo onde isso é proibido. Essa inovação surge em um contexto regulatório específico e beneficia-se do crescimento dos mercados preditivos, permitindo que investidores gerenciem riscos de maneira eficiente.
Com a licença da Commodity Futures Trading Commission (CFTC), a Kalshi oferece contratos sobre eventos verificáveis, explorando uma nova dinâmica de mercado. Após superar desafios judiciais, a Kalshi obteve êxito durante a eleição presidencial de 2024, com um dia de movimentação que alcançou US$ 245 milhões.
O sucesso se reflete também no volume de apostas esportivas, que representa 80% das operações da plataforma. A estratégia prevê parcerias estratégicas com corretoras e outras grandes empresas do setor, ampliando sua participação no crescente mercado de apostas esportivas nos Estados Unidos.
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A corretora Robinhood inovou ao permitir que seus clientes nos EUA apostem em jogos de futebol americano diretamente na plataforma, mesmo em estados onde apostas são proibidas. Essa mudança, antes improvável, foi impulsionada pelo crescimento dos Mercados preditivos nos EUA, que possibilitam apostas em diversos eventos, e pela postura regulatória do governo Trump.
A Robinhood oferece esse serviço em parceria com a Kalshi, startup cofundada pela brasileira Luana Lopes Lara e avaliada em US$ 2 bilhões. A Kalshi, licenciada pela Commodity Futures Trading Commission (CFTC) desde 2020, é especializada em event contracts, permitindo listar contratos futuros sobre eventos verificáveis, desde que a CFTC considere que não vão contra o interesse público.
A Kalshi enfrentou resistência da CFTC, que em 2023 rejeitou um pedido para criar contratos políticos, argumentando que poderiam minar a confiança eleitoral e abrir espaço para manipulação. A empresa contestou a decisão na Justiça, defendendo que oferece uma ferramenta de gestão de risco, permitindo que investidores protejam seu capital.
Após vencer na Justiça, a Kalshi participou ativamente dos mercados preditivos durante a eleição presidencial americana de 2024, chegando a movimentar US$ 245 milhões em um único dia. O discurso de Trump, favorável à desregulamentação, coincidiu com o momento da empresa. Com o fim das eleições, a Kalshi buscou expandir para o setor de apostas esportivas, que movimenta bilhões de dólares anualmente.
A CFTC proíbe contratos de gaming, o que historicamente impediu a exploração de apostas esportivas. Em busca de uma regulamentação mais favorável, a Kalshi se aproximou de Trump e lançou apostas esportivas em seu site logo após sua posse. A estratégia deu certo: a CFTC não impediu a prática, e Brian Quintenz, membro do board da Kalshi, é o favorito para liderar a agência.
Vários estados americanos, incluindo aqueles que proíbem apostas esportivas e aqueles que as regulamentam, tentaram impedir a Kalshi de oferecer o produto na Justiça, mas sem sucesso. A empresa argumenta que não lucra com as perdas dos clientes e que seus contratos cumprem os requisitos de capital como qualquer derivativo, estando sob jurisdição federal devido à licença da CFTC.
A licença da CFTC se tornou essencial para operar no setor. A Polymarket, outra startup do ramo que enfrentou problemas regulatórios, pagou US$ 112 milhões pela bolsa de derivativos QCEX, que possui licença da CFTC, para poder voltar a operar nos Mercados preditivos nos EUA.
O lançamento de apostas esportivas se mostrou um sucesso para a Kalshi, representando 80% do volume negociado na plataforma, segundo dados da Bloomberg Intelligence. Com o início da temporada de futebol americano, espera-se que esses números cresçam ainda mais, impulsionados pelo esporte mais popular nos EUA, que movimentou US$ 35 bilhões em apostas na última temporada.
A Kalshi está estabelecendo parcerias com corretoras como a Robinhood e com wholesalers como a Susquehanna. Empresas como Crypto.com, Interactive Brokers e Coinbase também estão desenvolvendo seus próprios mercados preditivos. Até mesmo a gigante das apostas FanDuel anunciou uma parceria com o CME Group para adicionar apostas baseadas em eventos ao seu portfólio.
Via Brazil Journal
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