As ondas de calor na Europa estão impactando a produção de milho, diminuindo a qualidade e a produtividade das lavouras. Países como Espanha e França já registraram temperaturas até 9°C acima da média, o que afetou negativamente as colheitas. Na França, apenas 62% das lavouras estão em boas condições, uma queda acentuada em comparação ao ano anterior.
Diante desse cenário, a demanda por milho brasileiro e americano tende a aumentar. As colheitas europeias enfrentam desafios significativos e os importadores buscam alternativas em regiões com produção abundante e preços competitivos. O Conselho Internacional de Grãos prevê que a União Europeia deve importar cerca de 21 milhões de toneladas de milho na próxima temporada.
Com o outono se aproximando, as colheitas na Europa podem melhorar, mas a seca persiste em certas áreas. Eventos climáticos extremos reafirmam a complexidade do mercado global de grãos, e tanto o Brasil quanto os EUA continuam a ser players essenciais no abastecimento mundial de milho.
As projeções de safras abundantes no Brasil e nos Estados Unidos inicialmente pressionaram os preços do milho, levando os contratos futuros em Chicago ao nível mais baixo em quase um ano. No entanto, as recentes ondas de calor na Europa trouxeram uma reviravolta nesse cenário, com impactos significativos na produção e qualidade do grão.
As altas temperaturas registradas em países como Espanha e França, com picos de até 9°C acima da média, afetaram negativamente as lavouras de milho. A expectativa é que essa situação resulte em uma diminuição tanto na qualidade quanto na produtividade das colheitas europeias.
Na França, por exemplo, a avaliação das lavouras de milho em condições boas ou excelentes caiu para 62%, um número consideravelmente inferior ao do ano anterior, conforme dados divulgados pela FranceAgriMer. A seca também tem prejudicado as plantações na Bulgária, com projeções de que as colheitas de milho e girassol atinjam os menores patamares em décadas.
Diante desse quadro, os compradores europeus precisarão buscar alternativas para suprir as possíveis perdas na produção local. Uma das opções é recorrer aos estoques abundantes e com preços competitivos de outras regiões, como o Brasil e os EUA.
Segundo Matt Darragh, analista da Kpler, o milho brasileiro e o americano estão com preços bastante atrativos no mercado global, o que impulsiona a demanda por importações. Ele ressalta que a pressão sobre a produção de milho na União Europeia deve manter o ritmo de importações aquecido.
O Conselho Internacional de Grãos prevê que a UE importará cerca de 21 milhões de toneladas de milho na temporada 2025-26. Esse volume fará do bloco o segundo maior comprador mundial pelo segundo ano consecutivo, superando até mesmo a China, que tem apresentado uma demanda mais fraca pelo grão.
A expectativa é que as colheitas europeias ganhem ritmo com a chegada do outono, período em que se espera um clima mais ameno e úmido. No entanto, o meteorologista Donald Keeney, da Vaisala, alerta que a seca deve persistir em algumas regiões, como Reino Unido, norte da Alemanha, sul da Romênia, Bulgária e Espanha.
As condições climáticas adversas na Europa servem como um lembrete da complexidade do mercado global de grãos. Fatores como eventos climáticos extremos podem ter um impacto considerável nos preços do milho e na dinâmica do comércio internacional. A atenção agora se volta para o desenvolvimento das colheitas na América do Sul e do Norte, que deverão desempenhar um papel importante no abastecimento mundial.
O cenário climático na Europa trouxe um novo elemento para a análise dos preços do milho. As altas temperaturas e a seca em importantes regiões produtoras do continente podem influenciar as decisões de compra e venda nos próximos meses. Os agentes do mercado devem ficar atentos às informações sobre o desenvolvimento das lavouras e às projeções de oferta e demanda para tomar as melhores decisões.
Com a instabilidade climática, o mercado observa atentamente os preços do milho. A expectativa é que o Brasil e os Estados Unidos continuem a desempenhar um papel importante no abastecimento global, mas a situação na Europa pode trazer novas oportunidades e desafios para os produtores e comerciantes.
Via InvestNews