O governo dos Estados Unidos, durante a administração de Donald Trump, anunciou a compra de 9,9% das ações da Intel. Este investimento de US$ 11,1 bilhões marca uma nova estratégia de apoio à indústria de semicondutores, ao invés de simplesmente oferecer subsídios. A transação foi feita através de uma combinação de subsídios já autorizados e um desconto na compra das ações.
O acordo implica que o governo americano se torna um acionista passivo, sem direito a voto, mas que pode influenciar as decisões da Intel. A empresa se declarou otimista sobre a parceria, destacando a confiança do governo em sua capacidade de inovação e competitividade no setor. Contudo, a presença do governo também gera preocupações sobre possíveis riscos para as operações internacionais da Intel.
Esse investimento reflete uma tendência crescente de intervenção do governo em empresas estratégicas, reforçando a política industrial em setores estratégicos. Com isso, os EUA buscam manter a liderança em tecnologia, principalmente diante da concorrência crescente com países como a China.
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O governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, confirmou a aquisição de 9,9% das ações da Intel, em um investimento de US$ 11,1 bilhões. A transação, anunciada em conjunto pela Intel e pelo ex-presidente, marca uma mudança na forma como o governo americano apoia a indústria de semicondutores.
Em vez de simplesmente repassar subsídios aprovados durante o governo de Joe Biden, a administração Trump optou por adquirir uma participação acionária direta na fabricante de chips.
O montante total do investimento é composto por US$ 5,7 bilhões em subsídios previstos pela Lei Chips ainda não pagos à Intel, US$ 3,2 bilhões de um subsídio relacionado ao programa Secure Enclave, também da era Biden, e US$ 2,2 bilhões já recebidos pela Intel sob a Lei Chips.
A compra das ações da Intel também envolveu um desconto de 17,5% para o governo dos EUA. As ações, avaliadas em US$ 24,80 no fechamento do mercado, foram adquiridas por US$ 20,80 cada, conforme informações da Reuters.
Trump declarou que os EUA “não pagaram nada” pelas ações, pois a transação foi realizada através da troca por subsídios. O acordo surgiu de uma reunião com o CEO da Intel, Lip Bu Tan, após Trump ter solicitado a renúncia do executivo devido a suas ligações com a China.
Em comunicado, a Intel descreveu o acordo como “histórico”, ressaltando a confiança do governo na empresa e em seu papel estratégico na indústria de semicondutores. A empresa também esclareceu que o governo será um acionista passivo, sem direito a voto no conselho ou acesso a informações internas.
Apesar da alta de 5,5% nas ações da Intel após o anúncio, houve uma queda de 1% nas negociações pós-mercado, quando os termos do acordo foram detalhados. A Intel alertou que a presença do governo como acionista pode trazer riscos para os negócios, afetando vendas internacionais e a obtenção de futuros subsídios.
A participação do governo pode reduzir a influência de voto de outros acionistas. O poder do governo sobre regulamentações que afetam a Intel pode limitar a capacidade da empresa de buscar transações em benefício dos sócios.
A estratégia de Trump de intervir no mercado, adquirindo participação em empresas como a Intel, alinha-se com outras ações recentes. A Nvidia e a AMD concordaram em pagar 15% da receita de suas vendas na China ao governo dos EUA.
Outro exemplo é a venda da US Steel para a Nippon Steel, que garantiu ao governo dos EUA uma golden share, dando poder de veto sobre decisões corporativas e o direito de nomear um membro do conselho. Em julho, o governo dos EUA se tornou o maior acionista da única mina de terras raras em operação no país, pertencente à MP Materials.
Sujai Shivakumar, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, defende a decisão, argumentando que “A Intel é mais do que apenas uma empresa, e acho que a decisão de investir deve ser aplaudida”. Ele acrescenta que “é hora de entender que esse tipo de política industrial é a norma nas economias avançadas”.
Essa abordagem de política industrial, focada em setores estratégicos como semicondutores e terras raras, pode ser crucial para manter a competitividade dos EUA em face da crescente rivalidade com a China.
Via G1
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