Desafios da Reforma Tributária para o Simples Nacional no B2B

Estudo revela como a reforma tributária pode afetar PMEs no Simples Nacional. Confira os desafios enfrentados no modelo B2B.
28/08/2025 às 12:41 | Atualizado há 2 semanas
Reforma tributária B2B
Mais de 70% das empresas no Simples não vendem ao consumidor final e correm riscos. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A Reforma Tributária B2B busca simplificar o sistema tributário, mas traz desafios para pequenas e médias empresas no Simples Nacional. Um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) mostra que a nova lógica de créditos tributários pode reduzir a competitividade das empresas B2B em relação às que atuam em regimes como Lucro Real e Presumido.

A mudança nos créditos de PIS e Cofins é uma preocupação central. Com a reforma, o crédito tributário será apenas proporcional ao imposto pago, afetando diretamente as empresas do Simples Nacional. Cerca de 70% das empresas nesse regime operam no modelo B2B e podem não conseguir gerar créditos suficientes para compensar os altos tributos que enfrentarão.

Empresas que vendem para consumidores finais podem ainda tirar proveito do Simples, mas fornecedores na cadeia B2B devem se adequar rapidamente. A conscientização sobre essas mudanças e a realização de um planejamento tributário estratégico são essenciais para que as pequenas empresas mantenham sua competitividade no mercado.
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A Reforma tributária B2B, embora busque simplificar o sistema tributário brasileiro, pode trazer desafios inesperados para pequenas e médias empresas (PMEs) no Simples Nacional. Um estudo recente indica que essa mudança pode afetar especialmente as empresas B2B, que vendem para outras empresas maiores.

De acordo com o estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), a nova lógica de créditos tributários pode reduzir a competitividade das empresas no Simples Nacional em comparação com aquelas nos regimes de Lucro Real ou Presumido. Carlos Pinto, diretor do IBPT, explica que a mudança nos créditos de PIS e Cofins é crucial. Atualmente, esses créditos são de 9,25% sobre o valor da nota fiscal, independentemente do regime do fornecedor.

Com a reforma, o crédito será equivalente ao imposto efetivamente pago pelo prestador. Pinto destaca que, se a empresa optar pela segregação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), toda a lógica tributária se transformará. Essa mudança pode tornar as empresas do Simples Nacional menos atraentes, pois não gerarão créditos suficientes para compensar os 28% que as empresas pagarão.

Essa alteração pode diminuir o interesse em contratar pequenas empresas. Apesar da transição do novo sistema se estender até 2033, os efeitos podem ser sentidos antes. Empresas que demorarem a se adaptar correm o risco de perder competitividade. O estudo aponta que mais de 70% das empresas no Simples Nacional operam no modelo B2B e serão as mais impactadas pelas mudanças na CBS e no IBS.

Negócios que vendem diretamente ao consumidor final, como restaurantes e salões de beleza, ainda encontrarão vantagens no Simples. No entanto, fornecedores em cadeias industriais e serviços especializados podem precisar repensar seu enquadramento tributário. O diretor do IBPT ressalta que empresas B2C sentirão os efeitos do split payment, mas a questão tributária ainda pode ser vantajosa nesse caso.

O estudo também destaca efeitos relevantes em diferentes setores. Na área de tecnologia e serviços digitais, muitos prestadores de TI estão no Simples, mas atendem grandes empresas que buscarão fornecedores capazes de gerar créditos tributários. No setor de confecções, 84,6% das empresas do Simples fornecem para lojistas e podem perder espaço por não gerar créditos de IBS/CBS.

Na logística e transporte de cargas, 62,3% das empresas estão no Simples. Prestadores que atendem indústrias podem se tornar menos atrativos. A solução para as empresas do Simples Nacional é buscar assessoria para orientar os padrões a serem adotados, desde contratos até planejamento tributário. Além disso, é fundamental conscientizar os empresários sobre os riscos e levar esse debate às entidades representativas.

A Reforma tributária B2B exige que as pequenas empresas compreendam a dimensão das mudanças e se preparem para não perder espaço no mercado. A mobilização do setor e a reorganização interna são cruciais para enfrentar os desafios que surgirão com a transição para o novo sistema tributário.

Diante desse cenário, a adaptação e o planejamento tributário estratégico são essenciais para que as empresas do Simples Nacional possam manter sua competitividade e prosperar no mercado B2B.

Via InfoMoney

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.