A volatilidade no setor de energia brasileiro está crescendo devido à maior participação de fontes eólicas e solares. Um novo relatório do UBS BB destaca que essa mudança pode levar a apagões e também abrir novas oportunidades no mercado.
Com a variação dos preços da energia em alta, a demanda e a oferta precisam ser monitoradas de perto. Os analistas preveem que os preços poderão variar drasticamente dependendo do turno, afetando especialmente as empresas que não se adaptarem a essa dinâmica.
Empresas como a Eletrobras se destacam como possíveis vencedoras, aproveitando sua posição no setor hidrelétrico. Por outro lado, produtoras de energia renovável podem enfrentar desafios, especialmente aquelas com alta proporção de geração solar.
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A crescente participação de fontes eólica e solar na matriz energética brasileira tem intensificado a Volatilidade no setor de energia, exigindo uma reavaliação das estratégias de investimento. Um relatório do UBS BB aponta que essa dinâmica impõe um teste estrutural ao mercado de energia, com potencial aumento de apagões e curtailments, mas também identifica novas oportunidades.
Segundo o banco, a variação dos preços da energia ao longo do dia será cada vez mais acentuada. O excesso de oferta em horários de alta incidência solar poderá levar os preços ao piso regulatório, enquanto a escassez no início da noite forçará o uso de termelétricas, elevando os custos.
O analista Giuliano Ajeje destaca que o sucesso estará nas mãos das empresas que souberem monetizar a escassez nos momentos certos, enquanto as demais poderão ficar presas em janelas de abundância energética com pouco valor. Ajeje acredita que o mercado subestima essa assimetria, vendo nela uma oportunidade de geração de valor.
Atualmente, empresas com capacidade de vender energia no início da noite conseguem preços médios de R$ 355/MWh, enquanto aquelas expostas à geração solar enfrentam preços próximos a R$ 164/MWh. O UBS BB prevê que esse spread continuará aumentando nos próximos três anos.
O relatório ressalta que a atenção excessiva às médias anuais de preços obscurece a real dinâmica do mercado: a curva horária. Para o UBS BB, o timing da venda de energia é mais crucial do que o volume.
Ainda de acordo com o UBS BB, a recente deterioração do GSF (Fator de Ajuste da Geração) não deve se agravar, e empresas com produção hidrelétrica estão bem posicionadas para modular sua geração nos horários de pico, maximizando suas margens.
Em contrapartida, as energias renováveis podem enfrentar redução de margens devido ao excesso de oferta e aos gargalos de transmissão, resultando em maiores níveis de curtailments.
Analistas do UBS BB consideram a Eletrobras como uma das principais beneficiadas, aproveitando sua predominância em hidrelétricas para capitalizar os picos noturnos e sua vasta energia descontratada para usufruir de preços mais altos.
A CPFL, por outro lado, pode ser menos favorecida, devido ao baixo peso da geração de energia em seu EBITDA consolidado e à alta proporção de renováveis em seu mix (0,6 GW de renováveis contra 0,9 GW de hidrelétricas).
Produtoras de energia eólica e solar, como a Engie, estão entre as que podem enfrentar maiores desafios.
O UBS BB mantém recomendação de compra para as ações da Eletrobras, com preço-alvo de R$ 59.
O estudo do UBS BB oferece uma perspectiva valiosa sobre como a crescente Volatilidade no setor de energia impactará diferentes empresas e tecnologias. A capacidade de adaptar-se a essa nova realidade será fundamental para o sucesso no mercado energético brasileiro.
Via Brazil Journal
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